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Aníbal Pinto pede perícia para averiguar ataque ao computador em 2015. Alegações finais do Football Leaks adiadas dez dias

Último dia de alegações finais adiado para 16 de janeiro depois da defesa do advogado ter entregue um relatório que a defesa de Rui Pinto pede tempo para analisar

A defesa de Aníbal Pinto pediu esta sexta-feira ao tribunal uma perícia ao seu computador por suspeitas de um ataque informático em 2015, defendendo que um email da Doyen teria permitido à Polícia Judiciária (PJ) a identificação de Rui Pinto. O último dia de alegações finais adiado para 16 de janeiro depois da defesa do advogado ter entregue um relatório que a defesa de Rui Pinto pede tempo para analisar.

O terceiro dia das alegações finais do julgamento do processo Football Leaks, no Juízo Central Criminal de Lisboa, abriu com o requerimento lido pelo advogado João Azevedo, que revelou que Aníbal Pinto pediu na quinta-feira uma verificação ao seu computador, tendo recebido já esta sexta-feira um relatório preliminar que confirmou que o email recebido de Pedro Henriques, advogado do CEO da Doyen, Nélio Lucas, representou um ataque pelo método de phishing.

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“O relatório apurou que o anexo do email enviado pelo Dr. Pedro Henriques ‘tem características que lhe atribui um comportamento duvidoso para um URL, (…) foi considerado como malicioso”, frisou o advogado, que citou excertos do relatório, continuando: “Além de informações técnicas, inclui ainda que ‘este tipo de ameaça está relacionado em ações de phishing ou na execução de comandos para aceder aos computadores infetados e roubo de dados’”.

A defesa de Aníbal Pinto visou não só Nélio Lucas e Pedro Henriques, mas envolveu também os inspetores da PJ José Amador e Rogério Bravo, invocando que foi através deste alegado ataque que se conseguiu chegar à identificação de Rui Pinto como o elemento na origem da invasão ao sistema informático da Doyen. Por isso, defendeu a existência de prova proibida, “sendo assim nulo todo o processado após a identificação por este método”.

“A junção de tais documentos afigura-se absolutamente essencial e necessária para a defesa do arguido, pretendendo demonstrar de forma inequívoca que Nélio Lucas nunca esteve constrangido, não se verificando assim o pressuposto objetivo do crime de extorsão, o que implica a obrigatória absolvição do Dr. Aníbal Pinto e do Rui Pinto, quanto ao crime de extorsão na forma tentada”, salientou.

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Foi ainda pedida a reinquirição de Nélio Lucas, Pedro Henriques, José Amador e Rogério Bravo para esclarecerem esta situação.

Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto de 2020, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária (PJ) e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

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