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Já há data para as eleições na Hungria e Órban enfrenta, pela primeira vez, uma oposição unida

Opositores querem "derrubar o governo mais corrupto dos últimos mil anos"

A Hungria realiza eleições legislativas a 3 de abril, anunciou esta terça-feira o presidente Janos Ader, um escrutínio que se prevê difícil para o primeiro-ministro nacional-conservador, Viktor Orbán, no poder desde 2010.

Orbán, que se candidata a um quarto mandato consecutivo, depois de também ter liderado o governo entre 1998 e 2002, enfrenta pela primeira vez uma oposição unida.

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A sua taxa de popularidade permanece elevada no país da Europa central com 9,8 milhões de habitantes. Os seus apoiantes elogiam a estabilidade e a sua defesa dos interesses nacionais, como a identidade cristã.

Em contrapartida, o dirigente de 58 anos é criticado pela sua linha dura contra a imigração desde a crise de 2015 e as suas posições “iliberais” sobre muitas questões, como a independência da justiça, a liberdade de imprensa e os direitos das pessoas LGBT+ (lésbicas, ‘gays’, bissexuais, transgénero e outros).

Juntamente com os seus parceiros polacos, Orbán impôs-se ao longo dos anos como um feroz crítico das políticas da União Europeia (UE), que abriu processos contra ele.

A sua ação valeu-lhe, no início de janeiro, a declaração de “apoio total” do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que o saudou como “um grande líder, que ama com todo o coração o seu país e procura a segurança do seu povo”.

Nas últimas eleições, em 2018, o Fidesz e o seu parceiro de coligação, o Partido Cristão-Democrata, obtiveram 48% dos votos, conquistando 133 dos 199 assentos parlamentares.

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Oposição quer "derrubar o governo mais corrupto" do país

Desta vez, a oposição uniu-se para apresentar um só candidato ao cargo de primeiro-ministro e nos 106 círculos eleitorais, fazendo com que nunca umas eleições gerais no país tenham sido tão incertas desde 2006.

Contra Orbán, Peter Marki-Zay, de 49 anos, impôs-se inesperadamente em outubro, como o vencedor das primárias organizadas por seis partidos, da direita nacionalista aos social-democratas.

“Se nos mantivermos unidos, então seremos capazes de derrubar o governo mais corrupto dos últimos mil anos na Hungria”, prometeu na semana passada este presidente da câmara conservador de uma cidade de província, católico praticante.

A aliança inédita espera derrubar “o autoritário” Viktor Orbán, que introduziu normas eleitorais acusadas de favorecer o seu partido em detrimento das outras formações.

“Ao colocar de lado as suas divisões internas, a oposição deu a si mesma uma verdadeira hipótese de êxito, enquanto Viktor Orbán terá dificuldade em assegurar uma super-maioria de dois terços”, considerou o analista político Daniel Mikecz, do grupo de reflexão Republikon.

“Mas se esta ‘arma milagrosa’ (da união) não funcionar, devemos esperar uma crise profunda” para os adversários do Fidesz, advertiu.

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