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Apanhei um escaldão, o que devo fazer?

VERÃO CNN || Durante o mês de agosto, todas as segundas, quartas e sextas-feiras, publicamos dicas para ajudar nas suas férias

“Obter um bronzeado ligeiro à custa de ‘escaldões’ repetidos poderá ter, a prazo, um preço demasiado elevado”. O alerta é dado pela Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e reiterado pela dermatologista Helena Toda Brito.

“O ‘escaldão’ é uma queimadura provocada pela exposição excessiva à radiação ultravioleta, resultando em dano celular que aumenta o risco de cancro de pele e aceleram o envelhecimento da pele”, diz a médica. Na prática, o escaldão é nada mais, nada menos do que um eritema solar, uma congestão cutânea causada pela exposição desprotegida e prolongada ao sol e que provoca vermelhidão na pele. Trocando por miúdos, é uma queimadura solar - e com consequências.

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Sabe-se que o efeito nefasto das queimaduras solares na pele é cumulativo, e que a ocorrência de cinco ou mais queimaduras solares prévias duplica o risco de melanoma (o tipo de cancro de pele mais grave) em 80%”, adianta Helena Toda Brito.

Mas não pense que é apenas quando o sol está descoberto e forte que há o risco de apanhar um escaldão. “A maioria dos ‘acidentes’ com o sol ocorre nos dias mais frescos, nublados, pela ideia errada de que ‘se não está quente não queima’”, alerta a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia. 

E há uma razão científica para isto: “O calor deve-se à radiação infravermelha que é filtrada pelas nuvens, mas a queimadura solar deve-se sobretudo à radiação ultravioleta, que é pouco afetada pelas nuvens. O uso de protetor solar não pode ser dispensado mesmo com o tempo nublado”, lê-se no site do organismo.

O que fazer se apanhar um escaldão?

Ora, tudo depende do grau do escaldão. Quando a pele fica apenas vermelha, o ideal é “suspender de imediato a exposição solar e arrefecer rapidamente a pele com água fria, recorrendo a duches frios ou compressas humedecidas em água fria”, aconselha Helena Toda Brito, que sugere ainda hidratar a pele “com um creme hidratante de textura leve contendo ingredientes anti-inflamatórios como aloé vera”, devendo “ser evitados os cremes espessos à base de óleos e petrolatos, que possam reter o calor e agravar a queimadura solar”. 

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Se a queimadura solar é mais forte e leva mesmo ao aparecimento de bolas, “pode ser necessário procurar ajuda médica e fazer medicação tópica de aplicação local, como corticoides, ou oral, como analgésicos ou anti-inflamatórios, como aspirina ou ibuprofeno, para ajudar a reduzir a inflamação”, continua a médica.

Em qualquer uma das situações, Helena Toda Brito, que dá consultas na BeClinique e no Hospital Lusíadas, destaca que “é também importante reforçar a ingestão de líquidos, para prevenir a desidratação como consequência da queimadura solar, que desvia os líquidos para a superfície da pele”.

Nos dias seguintes ao escaldão, a médica dermatologista recomenda que devem “ser mantidos os cuidados com a proteção solar, idealmente evitando exposição solar adicional, compressas frias, hidratação da pele e ingestão de líquidos”. 

Tal como o Serviço Nacional de Saúde britânico recomenda, também Helena Toda Brito diz que “é aconselhável vestir roupa larga, leve e suave, para não acumular calor e evitar irritação adicional, e não agredir a pele, não coçar, não puxar a pele que esteja a pelar, não rebentar bolhas, para evitar infeção secundária”.

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Como prevenir um escaldão?

O segredo está, sobretudo, em evitar a exposição solar excessiva. E claro, aplicar protetor solar. Além de proteger bem o corpo e o rosto, a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia recomenda ainda que se devem “proteger os lábios, orelhas e o dorso das mãos, locais onde com frequência surgem lesões pré-malignas e malignas” e a usar protetor solar mesmo nos dias em que o sol parece estar ‘tímido’. 

Optar por ficar protegido pelo guarda-sol ou procurar a sombra de árvores é um dos conselhos dados pelo Centro do Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que sugere ainda o uso de chapéu (o couro cabeludo também pode ficar 'queimado') e roupa apropriada, sobretudo se a pessoa estiver exposta ao sol em ambientes urbanos, seja em lazer ou a trabalhar. 

“Sempre que possível, use camisolas de mangas compridas e calças e saias compridas, que podem fornecer proteção contra os raios ultravioleta”, diz o organismo, explicando que roupas molhadas oferecem “muito menos proteção UV” do que uma peça seca “e cores mais escuras podem oferecer mais proteção do que cores mais claras”.

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