"O facto de alguns comercializadores de energia anunciarem uma baixa nos preços da eletricidade, sobretudo a partir do segundo semestre do ano, é uma notícia positiva para os consumidores, mas não nos podemos esquecer que este é um mercado concorrencial e que cada comercializador define o preço e também os descontos e promoções que quer aplicar e, portanto, é essencial que os consumidores façam simulações e percebam qual é o operador que lhes oferece melhores condições face os seus hábitos de consumo", avisa Ingride Pereira, jurista da Deco.
Perante as notícias de que a EDP e a Galp se preparam para descer os preços da eletricidade, esta especialista aconselha os consumidores a utilizarem o simulador disponibilizado pela ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, onde, introduzindo as informações sobre os seus consumos de energia, poderão saber qual o serviço que "atualmente" tem a proposta que melhor lhe poderá servir.
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Os consumidores podem também fazer uma simulação da potência a contratar, que os ajuda a saber qual a melhor potência a contratar tendo em conta os aparelhos elétricos que pretendem utilizar ao mesmo tempo.
"Depende muito do contrato que o consumidor tem - se optar pelo preço fixo sabe que pagará sempre o mesmo preço por kilowatt durante todo o contrato, mas também existem tarifas indexadas ao mercado grossista e ainda tarifas dinâmicas, que mudam consoante a hora", alerta. "É importante que os consumidores estejam atentos ao tipo de contrato que têm."
No caso das tarifas indexadas, "atualmente sabemos que o preço da energia no mercado grossista está mais baixo, mas é muito volátil, está sempre em mudança. Por isso, não há garantias que o preço se mantenha baixo", avisa.
Assim, os consumidores devem "estar atentos à sua fatura, não só ao preço por kilowatt, mas também ao preço do mercado grossista". Para confirmar este valor, podem consultar o portal OMIE - operador do mercado elétrico designado.
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Por fim, uma última chamada de atenção: "Os comercializadores podem baixar os preços, mas não nos podemos esquecer que não pagamos só o preço da energia, pagamos também a tarifa de acesso às redes, estabelecida pela ERSE, e as taxas e impostos definidos pelo Governo". Os contratos podem incluir ainda seguros e assistência técnica, por exemplo.
"É importante que o consumidor esteja mais atento e seja mais ativo no mercado da energia", conclui Ingride Pereira. "Os consumidores devem verificar as condições dos seus contratos e fazer simulações para decidir ou não mudar de serviço. E devem sempre confirmar as suas faturas."
Se as dúvidas permanecerem podem sempre pedir mais informações à Deco ou, se for caso disso, apresentar uma reclamação. A área da energia é das que motivam mais reclamações, logo a seguir às telecomunicações, a compra e venda de bens de consumo e serviços financeiros.
Guia para mudar de comercializador, de acordo com os conselhos da ERSE:
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