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António Costa Silva quer "duas Autoeuropas" no porto de Sines e anuncia novo imposto sobre "lucros aleatórios"

O ministro da Economia e do Mar defendeu que é preciso apostar nas exportações e ainda admitiu a criação de um novo imposto

O ministro da Economia e do Mar abriu o segundo e último dia de debate sobre o programa de Governo. António Costa Silva quer "puxar o país para cima" e apresentou seis alavancas para o fazer. Numa breve referência à guerra na Ucrânia, o governante disse que é preciso "não ter ilusões".

"A economia portuguesa foi duramente fustigada pela pandemia e está a ser duramente fustigada pela guerra (...) é por isso que, desde o primeiro dia, o Governo tem feito um esforço para ter no terreno um pacote de medidas". 

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Costa e Silva defendeu que, para além das medidas a curto prazo, é preciso medidas para o médio e longo prazo de modo a "continuar o crescimento" do país e fazer um "esforço extraordinário" na aplicação dos fundos europeus, com uma estratégia económica que assenta em seis pilares fundamentais: qualificação e competências dos trabalhadores, capitalização das empresas, inovação tecnológica, literacia financeira e digital, ecossistema de inovação e exportações/importações.

Defendeu ainda que é preciso apostar nas exportações e diminuir as importações. "Temos de ter uma estratégia inteligente de substituição das importações que fazemos dos exterior". Duas áreas que têm de ser trabalhadas "de forma articulada" para o país ter "um caminho para o futuro".

"Podemos ter em Sines não uma, mas duas Autoeuropas"

O ministro da Economia e do Mar assegurou que uma das prioridades deste Governo é a forte aposta no porto de Sines, porque "pode ser um dos grandes pólos do país para o futuro".

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"Podemos ter em Sines não uma, mas duas Autoeuropas no futuro", acrescentou. 

Para o governante, o porto de Sines pode tornar-se um centro de "tecnologias verdes e biocombustíveis para "a Marinha e todas as forças que se movimentam no mar", bem como um centro de importação de gás natural liquefeito (GNL).

Novo imposto à vista?

Na resposta a Mariana Mortágua, Costa e Silva começou por dizer que "a economia é extremamente complexa" e, por isso mesmo, o Governo está sempre "disposto a incorporar as ideias" do Bloco de Esquerda. O governante assegurou estar "a acompanhar com preocupação o aumento dos preços da energia" e admitiu um novo imposto sobre os lucros "inesperados" das empresas.

"Quanto aos impostos, não podemos hostilizar as empresas, mas vamos falar com elas e considerar um imposto 'windfall tax' para os lucros aleatórios e inesperados que elas estão a ter e com isso podemos ter outra medida para responder à sua preocupação", frisa.

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O debate do Programa do XXIII Governo Constitucional termina esta sexta-feira na Assembleia da República com a votação da moção de rejeição apresentada pelo Chega, que deverá contar unicamente com os votos a favor dos deputados do partido proponente.

O primeiro dos dois dias de debate ficou marcado pela garantia dada pelo primeiro-ministro, António Costa, de que cumprirá o mandato até ao fim, quebrando assim o silêncio sobre a sua hipotética saída para um cargo europeu daqui a dois anos e meio.

O Programa do XXIII Governo Constitucional identifica quatro "desafios estratégicos" de médio e longo prazo: resposta à emergência climática, transição digital, interrupção da atual crise demográfica e combate às desigualdades.

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