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Final do filme “Clube de Combate” reposto na China após gritos de censura

Na China, "Clube de Combate" está quase de volta ao seu estado original. Desde a semana passada que o final do filme foi reposto na plataforma chinesa de streaming Tencent Video, depois de os fãs se terem queixado, no final de janeiro, sobre a remoção total da icónica cena final.
 

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O final do clássico de culto de David Fincher chocou o público quando chegou aos cinemas em 1999. Numa enorme reviravolta, o narrador, interpretado por Edward Norton, percebe que a personagem interpretada por Brad Pitt, o falinhas-mansas Tyler Durden, é o seu alter ego imaginário e mata-o.
 
Nos últimos instantes, o narrador está com a namorada, a personagem interpretada por Helena Bonham Carter, a ver explosivos rebentar um grupo de arranha-céus, tudo parte do que foi originalmente apresentado ao público como o plano de Durden para destruir o consumismo eliminando os bancos e os registos de dívidas. 
 
Mas uma versão drasticamente alterada no Tencent Video, que a CNN Business viu em janeiro, cortou toda a cena das explosões. Em vez disso, foi substituído por uma legenda a explicar ao público que as autoridades chegaram a tempo de salvar o dia. 
 
“Através da pista fornecida por Tyler, a polícia rapidamente descobriu o plano e prendeu todos os criminosos, impedindo com sucesso que as bombas explodissem”, dizia a legenda. “Após o julgamento, Tyler foi enviado para um hospital psiquiátrico onde recebeu tratamento. Teve alta do hospital em 2012.”

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Os utilizadores das redes sociais chinesas queixaram-se da drástica alteração, dizendo que estragava uma parte de um clássico da história do cinema.
Na versão mais recente, esse final está quase todo de volta, embora ainda haja a omissão de uma cena de nudez, que também já faltava na versão que a CNN viu em janeiro.
 
Embora não seja claro como ou quando as edições às duas versões foram feitas, não é invulgar que os filmes estrangeiros passem por uma grande censura antes de encontrarem um lugar legítimo para serem emitidos na China. E são as próprias distribuidoras chinesas, que detêm os direitos para os filmes internacionais no país, a censurarem, muitas vezes, esses filmes, para apaziguar os reguladores antes das estreias.
 
A Tencent recusou-se a fazer comentários. Mas uma pessoa familiarizada com o assunto disse à CNN Business que a mais recente versão do filme foi entregue à empresa pela distribuidora, e a gigante tecnológica chinesa depois colocou-o em streaming.

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Um funcionário da distribuidora, por outro lado, disse à CNN Business que a mesma não “tinha controlo” sobre o conteúdo do filme e não estava a par da mais recente alteração. A empresa, sediada em Guangzhou e de seu nome Pacific Audio & Video, está ligada à Rádio e Televisão Guangdong, que pertence ao governo.
 
Nem a Administração do Cinema da China nem a Administração do Ciberespaço da China, o regulador de Internet que supervisiona as plataformas de streaming, responderam de imediato aos nossos pedidos de comentários.

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