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Darya Trepova, acusada da morte de Vladen Tatarsky, arrisca pena de 20 anos de prisão. Rússia fala em "terrorismo" em nome da Ucrânia

Mulher foi acusada de ter cometido "um ato de terrorismo que provocou uma morte intencional", acusação que pode traduzir-se numa pena máxima de 20 anos

O Comité Investigativo da Rússia acusou, esta terça-feira, Darya Trepova, de 26 anos, da morte do blogger militar pró-guerra Vladlen Tatarsky.

A mulher foi acusada de ter cometido "um ato de terrorismo que provocou uma morte intencional", acusação que pode traduzir-se numa pena máxima de 20 anos, e ainda de ter agido em nome da Ucrânia. A BBC acrescenta que Trepova terá sido ouvida num tribunal de Moscovo esta terça-feira, um dia após a sua detenção.

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Vladlen Tatarsky, que fazia parte de uma comunidade de bloggers militares pró-Kremlin, estava reunido com outros bloggers e com a imprensa russa quando Darya Trepova lhe terá dado uma estatueta. Esta oferta terá acontecido pouco antes da explosão, tendo surgido a possibilidade, ainda não confirmada, da existência de um dispositivo que poderia estar escondido no interior da mesma e que terá causado a explosão (e consequente a morte de Tatarsky). Segundo o Daily Mail, a estatueta conteria cerca de 450 gramas de TNT.

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Assim que se deu a explosão, Trepova passou a constar na lista de principais suspeitos. É descrita pela imprensa internacional com uma voz crítica da invasão russa da Ucrânia, e já tinha sido detida por protestos contra a guerra.

Num vídeo divulgado pelas autoridades russas, esta segunda-feira, daquele que terá sido o primeiro interrogatório, a jovem de 26 anos reconhece compreender o motivo da sua detenção e admite ter transportado a estatueta até ao local do crime. No entanto, rejeita ter tido conhecimento de que o objeto provocaria a explosão. Quando questionada sobre quem lhe teria dado a estatueta e instruído para que a entregasse ao blogger pró-russo, Darya Trepova hesita em responder: "Posso contar-vos mais tarde, por favor?", diz, no vídeo, visivelmente abalada.

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Segundo a NEXTA, os meios de comunicação russos partilharam ainda no domingo um vídeo de uma outra mulher a ser detida e retirada do apartamento de Darya Trepova. A informação é reforçada pela agência TASS, que indica que a mãe e a irmã da suspeita foram também questionadas pelas autoridades após buscas na sua residência em São Petersburgo.

Quem é Darya Trepova?

Darya Trepova nasceu a 16 de fevereiro de 1997 e é residente em Pushkin, perto de São Petersburgo, na Rússia. É casada com Dmitry Rylov, que é membro do Partido Libertário da Rússia, conhecido como ‘partido antiPutin’. No entanto, o marido e o próprio partido já vieram anunciar que Trepova não tem qualquer afiliação, como escreve a CNN Internacional.

Rylov acredita que, apesar de a esposa se opôr à guerra na Ucrânia, "jamais mataria alguém": "Acredito que a minha esposa foi injustamente incriminada. Tenho a certeza de que nunca seria capaz de fazer isto sozinha", afirmou, em entrevista ao site de notícias russo SVTV News. "Não apoiamos a guerra na Ucrânia, mas consideramos este tipo de ações inaceitáveis. Tenho 100% de certeza de que nunca teria concordado com isto se soubesse [o que iria acontecer]".

A principal suspeita da morte do vlogger Vladlen Tatarsky, cuja página de Instagram foi apagada, estudou na Faculdade de Economia da Universidade de São Petersburgo, diz o Eastern Herald. A mesma fonte revela ainda que Trepova é apoiante assumida de Alexei Navalny, opositor do presidente russo, Vladimir Putin. A TASS, agência de notícias russa, citada pela Reuters, noticia que o Comité Nacional Antiterrorismo da Rússia acusa os Serviços de Segurança da Ucrânia de terem sido assistidos pela organização de Navalny e estarem envolvidos no assassinato do vlogger.

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