Os constantes ataques a navios mercantes no Mar Vermelho levaram alguns operadores de cruzeiros a cancelar ou a alterar os itinerários para evitar as rotas, avança a Reuters. No entanto, as companhias não esperam que o impacto global seja significativo.
Em comunicado, a Royal Caribbean revela que cancelou duas viagens até ao momento, uma de Mascate para o Dubai, que devia acontecer de 16 a 26 de janeiro, e a outra, do Dubai para Bombaim, que estava prevista para 26 de janeiro a 11 de fevereiro.
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Além disso, a operadora alterou o itinerário de um cruzeiro entre Aqaba e Mascate, na semana passada, para desembarcar os passageiros numa cidade portuária perto de Atenas. "A nossa equipa de segurança global continua a acompanhar de perto a situação na região e, se necessário, faremos alterações adicionais", afirmou a Royal Caribbean. Também o operador suíço-italiano MSC Cruzeiros revelou que cancelou três viagens agendadas para abril da África do Sul e dos Emirados Árabes Unidos para a Europa devido à crise do Mar Vermelho. "A segurança dos passageiros e da tripulação é a prioridade número um e, como não havia nenhum itinerário alternativo viável, a empresa lamentavelmente teve de cancelar as viagens. Os três navios serão transferidos diretamente para a Europa sem quaisquer passageiros a bordo e evitarão a passagem pelo Mar Vermelho".
No entanto, segundo Todd Elliott, CEO da agência de viagens Cruise Vacation Outlet, sediada na Florida, embora milhares de passageiros sejam afetados, o impacto nos operadores de cruzeiros a nível global não deverá ser significativo, uma vez que apenas "uma pequena parte da sua frota global e de itinerários plurianuais serão afetados, pelo que poderão ultrapassar facilmente esta situação". Em declarações à Reuters, a Costa Cruzeiros de Itália afirmou que as suas rotas "permanecem inalteradas" e que apenas dois dos seus cruzeiros programados para transitar pelo Mar Vermelho - em março e abril - podem ser afetados, incluindo a última etapa de uma viagem à volta do mundo.
Os ataques a navios mercantes obrigaram muitos armadores a suspender a passagem das frotas pelo mar Vermelho, por onde, de acordo com a Câmara Internacional de Navegação, passa 12% do comércio global.
Entre mais de 25 ataques contra a marinha mercante, os rebeldes do Iémen sequestraram em novembro o Galaxy Leader, um navio propriedade de uma empresa britânica controlada por um empresário israelita, e fizeram reféns os 25 tripulantes.
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