As vacinas contra a covid-19 salvaram cerca de 20 milhões de vidas, de acordo com um estudo publicado esta quinta-feira na revista científica The Lancet.
Na investigação, que foi desenvolvida pelo Imperial College London, é referido ainda que 12,2 milhões das mortes evitadas se referem a países com níveis salariais acima da média, que também receberam a maioria das vacinas. De resto, se a vacinação tem valores elevados nos chamados países desenvolvidos, o mesmo não se aplica no resto do mundo. Em Portugal, que é um dos que teve um processo de vacinação com maior sucesso, a taxa de vacinação está acima dos 90%. Na Argélia, que é um dos países mais desenvolvidos do continente africano, essa percentagem não chega aos 20%.
PUB
Numa altura em que já foram distribuídas mais de 11 mil milhões de doses de vacinas, o número de mortes causadas pela covid-19 ascende a 6,3 milhões. Feitas as contas, sem a chegada das vacinas a doença teria matado três vezes mais pessoas em todo o mundo.
NEW—#COVID19 vaccines are estimated to have prevented 20 million deaths worldwide in the first year of the vaccine programme, modelling study in @TheLancetInfDis finds. https://t.co/xEPtU4eYEVpic.twitter.com/dDgCFFqNHP
— The Lancet (@TheLancet) June 23, 2022
E notando precisamente a diferença de vacinação entre os vários países, o Imperial College London afirma que outras 600 mil mortes poderiam ter sido evitadas caso a meta de vacinar 40% da população mundial até ao fim de 2021, como queria a Organização Mundial de Saúde, tivesse sido cumprida.
PUB
Em Portugal a vacinação iniciou-se no final de dezembro de 2020, dirigindo-se, na altura, aos profissionais de saúde e aos mais idosos.
Foi o que fez o Reino Unido, o primeiro país a iniciar a vacinação, a 8 de dezembro, com a idosa Maggie Keenan, de 90 anos, a ter recebido a primeira dose nesse dia.
O estudo baseou-se nas taxas de vacinação, nas mortes e nos excessos de mortalidade de 185 países, o que levou os investigadores a uma conclusão: “A vacinação contra a covid-19 alterou substancialmente o curso da pandemia, salvando milhões de pessoas em todo o mundo.”
“Ainda assim, o acesso inadequado às vacinas nos países de baixo rendimento limitou o impacto destes dados, o que reforça a necessidade de equidade na cobertura vacinal em todo o mundo”, acrescentam os especialistas.
PUB
Segundo Oliver Watson, que liderou o estudo, nos países abrangidos pelo programa Covax (os mais desfavorecidos) foram salvas cerca de 7,5 milhões de vidas, o que leva o especialista a pedir um reforço do envio de vacinas e de testes para aqueles países.
“As nossas conclusões mostram que milhões de vidas teriam sido salvas se as vacinas tivessem ficado disponíveis para todos, independentemente da riqueza”, acrescentou.
Os mais recentes dados da Organização Mundial de Saúde dão conta de que cerca de mil milhões de pessoas dos países mais pobres ainda não tinham sido vacinadas, o que aquela entidade justifica com o “insuficiente comprometimento político”.
Ainda segundo aquela organização, apenas 57 países, quase todos considerados desenvolvidos, tinham uma taxa de vacinação superior a 70%.
PUB