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Teletrabalho: grandes empresas prontas para voltar a casa

Com a preocupação pandémica novamente a crescer em Portugal e no mundo, o cenário do regresso ao teletrabalho neste inverno foi colocado pelo Governo esta semana. É recomendado a partir de 1 de dezembro e obrigatório nos primeiros dez dias do próximo ano

As grandes empresas estão preparadas para voltar ao teletrabalho. O Governo recomendou, a partir de 1 de dezembro, o regresso do teletrabalho e declarou-o obrigatório de 2 a 10 de janeiro. Perante a quinta vaga da Covid-19 no País, as companhias asseguram estar a avaliar a situação em permanência.

“Estamos preparados para qualquer eventualidade. A Caixa Geral de Depósitos foi o primeiro banco em Portugal a colocar o seu ‘call center’ a trabalhar a partir de casa com sucesso”, recorda o banco público.

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No mesmo sentido seguem a EDP, a Galp, a Infraestruturas de Portugal e a Jerónimo Martins, que estão também a monitorizar a evolução da pandemia. Se o Governo avançar nesse sentido no próximo ano, após 10 de janeiro, asseguram ter condições para colocar as equipas dos escritórios a produzir a partir de casa.

“O grupo está preparado para trabalhar em qualquer cenário que venha a ser determinado, estando munido de ferramentas, nomeadamente digitais, para o trabalho à distância de colaboradores cujas funções o permitam”, diz a Jerónimo Martins, dona dos supermercados Pingo Doce.

O regresso em força ao escritório deu-se nestas empresas, à semelhança de muitas outras no país, a partir de setembro. Este mês coincidiu com uma nova fase do plano de regresso à normalidade, com 70% da população vacinada.

“Iniciou-se, no passado mês de outubro, um processo mais amplo de retoma do trabalho presencial e do normal funcionamento da organização, acompanhando a implementação da última fase de abertura determinada pelo Governo”, reforça a Infraestruturas de Portugal. Nesta empresa, mais de dois mil dos 3700 trabalhadores têm de trabalhar presencialmente, pelo tipo de funções que desempenham.

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As outras empresas ouvidas têm adotado modelos híbridos e flexíveis, com dois a três dias de teletrabalho. “Com o propósito de fomentar as reuniões frequentes entre equipas e privilegiar o trabalho colaborativo”, explica a Galp. Já na tecnológica Microsoft, recomenda-se aos trabalhadores que trabalhem em casa, mas as portas estão abertas para os que quiserem ir ao escritório.

Mesmo com o regresso (temporário) à normalidade, é certo que o teletrabalho se instalou nestas empresas. Atualmente, a ocupação dos escritórios anda pela metade. “A EDP tem estado atenta à evolução da pandemia e atualmente tem em vigor o regime de trabalho híbrido com um máximo de 50% de ocupação dos seus escritórios”, refere a elétrica.

Modalidade cada vez menos presente

No final de setembro, praticamente um em cada dez trabalhadores (12,7%) ainda estava a trabalhar a partir de casa. Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que existiam 617,6 mil trabalhadores em teletrabalho nesse mês.

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Trata-se de um valor distante do pico registado em Portugal, entre abril e junho de 2020, quando mais de um milhão de portugueses (23,1%) desempenhava as suas funções a partir do próprio domicílio.

O teletrabalho deixou de ser obrigatório a 1 de agosto, passando apenas a recomendado. Mas essa recomendação viria a cair em outubro, com a última fase do desconfinamento em Portugal.

Com a quinta vaga a definir-se, os peritos têm recomendado que esta modalidade seja adotada sempre que possível, não prejudicando a atividade das empresas e a vida dos trabalhadores, para que assim seja possível reduzir a mobilidade e os contactos.

Já os patrões, através da Confederação Empresarial de Portugal, têm avisado o Governo que esperam “medidas proporcionais” baseadas em “dados objetivos”, recordando que os locais de trabalho não foram focos generalizados de infeção.

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