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"Setembro é uma boa altura para pagar um salário extra". Presidente da CIP defende 15.º mês sem impostos

"Se nada for feito, as empresas não têm condições para subir salários", sublinhou Armindo Monteiro, reiterando que as negociações que a CIP tem mantido com o Governo têm sido "positivas"

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CEP) Armindo Monteiro apontou setembro como uma opção para as empresas pagarem o 15.º mês aos trabalhadores. “É um período em que as famílias estão particularmente com necessidade de um reforço de liquidez”, destacou o representante dos patrões sobre esta medida que tem estado a ser negociada com o Governo no âmbito do pacto social.

De acordo com a proposta da CIP, este pagamento do 15.º mês será “voluntário”, isento de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) e da base de incidência contributiva em sede de segurança social".

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Portanto, atingindo este pegamento a neutralidade fiscal, na prática, como explicou Armindo Monteiro no Jornal da Noite da TVI este domingo, “a reforma fica exatamente como está”. “Não conta”, acrescenta, “este é um valor que é pago adicionalmente a tudo o resto e significa que as empresas estão disponíveis para pagar mais um salário, mas só se o Governo também aí não tenha a tentação de cobrar imposto”.

Caso caia nessa tentação, reitera Monteiro, a medida perde o seu propósito, já que, aí “50% desse 15.º mês irial logo ser perdido, por isso aquilo que estamos a propor é as empresas fazerem um esforço para pagar mais um salário, mas para isso é preciso que o Estado não queira ter também a sua parte”.

O presidente da CIP destaca ainda que, nos últimos 4 anos o salário subiu 18,3%, “não porque se tenha produzido mais, ou trabalhado mais, mas porque as empresas estejam a vender mais. Subiu, porque as famílias precisam”. “Se nada for feito, as empresas não têm condições para subir salários. Se nada mudar, se continuar a não existir nenhuma medida ao incentivo à produtividade, nenhuma medida ao crescimento económico e à simplificação administrativa, não há nenhuma condição de subirmos ou de produzirmos mais”.

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Já relativamente às negociações que tem mantido com o Governo, Armindo Monteiro sustenta que o Executivo “tem entrado numa discussão muito positiva”, mas que é preciso que “se entenda que se pratica, no País, impostos de ricos numa economia de pobre”.

O "Pacto Social" foi apresentado em Lisboa, no dia 19 de setembro, pela CIP a vários membros do Governo e à UGT. Já em entrevista ao ECO publicada esta segunda-feira, Isabel Camarinha, avaliou a proposta encabeçada pelos patrões como uma “tentativa de aumentar o rendimento líquido dos trabalhadores sem as empresas terem de aumentar salários. Os custos das empresas com os salários rondam os 15%. As empresas todas têm condições para aumentar salários”.

“Os trabalhadores estão numa situação de grandes dificuldades. Mas isso [a proposta do 15.º mês] mostra que as empresas têm possibilidade [de aumentar salários], porque se podem pagar um 15.º mês, porque não aumentar o salário, garantindo que esse aumento também tem, depois, repercussões na vida futura dos trabalhadores?”, questionou ainda.

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