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"Esquema de pirâmide" acaba com 234 detenções na China

Esquema de fraude fiscal resultou na perda das poupanças de clientes de pequenos bancos rurais

As autoridades do centro da China anunciaram esta segunda-feira a prisão de 234 pessoas envolvidas num 'esquema pirâmide' que resultou na perda das poupanças de clientes de pequenos bancos rurais.

O escândalo chamou a atenção nacional depois de os investidores, que tentavam recuperar o seu dinheiro, terem sido impedidos de viajar até à capital da província de Henan, Zhengzhou, quando a aplicação de rastreamento e armazenagem dos resultados dos testes para a covid-19, imprescindível para viajar e aceder a locais públicos na China, ficou subitamente vermelha.

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Desde o início da pandemia que os governos locais chineses emitem estes códigos, que atestam que o utilizador não esteve numa área de risco de contágio ou em contacto com pessoas infetadas.

Vários clientes, citados pela agência Associated Press, disseram que foram também interrogados e ameaçados pela polícia.

Um protesto realizado em julho foi suprimido por homens não identificados, vestidos com camisas brancas, que atacaram os depositantes enquanto a polícia observava.

O comunicado do governo da cidade de Xuchang disse que o suposto responsável pelo esquema, Lu Yiwei, e os seus cúmplices assumiram o controlo de quatro bancos rurais e atraíram investidores com promessas de taxas de juros de até 18% ao ano.

“Os órgãos de segurança pública detiveram um grande número de suspeitos de crimes, entre os quais 234 foram presos”, lê-se no comunicado.

“Um progresso significativo foi feito na recuperação de bens roubados e danos. A investigação e o tratamento do caso estão a ser realizados em profundidade e de acordo com a lei”, acrescentou.

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O comunicado disse que os responsáveis pelo esquema, que mais tarde “absorveram” os fundos, promoveram os investimentos junto de outras pessoas, que depositaram valores equivalentes a centenas de milhares de dólares, dando ao golpe a aparência de um 'esquema pirâmide'.

Nenhuma menção foi feita a qualquer suspeita de conluio entre as autoridades locais, a polícia e os suspeitos.

O golpe desenrolou-se quando milhares de clientes abriram contas em seis bancos em Henan e na província vizinha de Anhui que ofereciam taxas de juros relativamente altas.

Um declínio acentuado no crescimento económico da China e os retornos minúsculos das poupanças nos bancos estatais levaram muitos chineses a investir em veículos financeiros não convencionais e muitas vezes arriscados ou até fraudulentos.

Os clientes dos bancos em Henan descobriram mais tarde que não podiam fazer levantamentos, após notícias de que o chefe da empresa que controla os bancos estava a ser investigado por crimes financeiros.

As autoridades bancárias disseram que vão devolver os depósitos a alguns clientes do banco, mas muitos ainda estão à espera para saber quando serão reembolsados.

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