Os certificados de aforro (CA) registaram a entrada de 1.487 milhões de euros em novas subscrições durante o mês de outubro, valor que supera as emissões anuais registadas de 2016 a 2021.
A procura por certificados de aforro tem-se intensificado nos últimos meses, refletindo a subida da Euribor a três meses e o consequente aumento da taxa de remuneração dos CA – já que aquele indexante integra a fórmula de cálculo da taxa de juro deste produto de poupança.
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De acordo com o boletim estatístico do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, as novas subscrições mensais de CA ultrapassaram em outubro os mil milhões de euros, o que acontece pela primeira vez este ano, fazendo com que o montante de poupança aplicado neste produto some já 4.122 milhões de euros no acumulado dos 10 primeiros meses deste ano.
Já as saídas (amortizações) totalizam 570 milhões de euros – das quais 78 aconteceram em outubro.
O montante de poupança aplicado em CA tem vindo a subir de forma consecutiva desde janeiro, mês em que as novas subscrições totalizaram 95 milhões de euros, o valor mensal mais baixo registado este ano.
Recorde sem paralelosOs 1.487 milhões de euros em novas subscrições registadas apenas durante o mês de outubro ou os mais de 4.100 milhões de euros aplicados em CA desde o início do ano não têm paralelo com a situação observada ao longo dos últimos anos, sendo necessário recuar a 2015 para encontrar um ano em que este produto atraiu um valor superior a mil milhões de euros.
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Segundo os dados estatísticos do IGCP, as emissões de CA totalizaram 1.394 milhões de euros em 2015 – ano em que a Euribor a três meses entrou em terreno negativo. Em 2016 as novas entradas caíram para 785 milhões de euros e, no ano seguinte, o valor continuou a baixar, havendo registo de 540 milhões de euros de novas emissões – cerca de três vezes menos, do que o valor que os aforradores retiraram de CA.
Até 2021, segundo mostram os mesmos dados do IGCP, o valor total anual das novas subscrições ficou sempre abaixo da fasquia dos mil milhões de euros.
RegrasA taxa de juro da série de certificados de aforro (CA) atualmente em comercialização (a série E) é determinada mensalmente (no antepenúltimo dia do mês, para vigorar no seguinte), tendo em conta uma fórmula que contempla um prémio de permanência e a média dos valores da Euribor a três meses observados nos 10 ias úteis anteriores.
As regras limitam o prémio de permanência a um máximo de 1% (valor atribuído a partir do 6.º ano da subscrição e até ao fim do prazo), definindo ainda que da fórmula não pode resultar uma taxa base superior a 3,5%.
A taxa de juro bruta para as novas subscrições e capitalizações de CA em dezembro foi fixada em 2,842% (acima dos 2,492% de novembro), valor que deverá manter a procura por este tipo de produto de aforro uma vez que a remuneração supera de forma significativa as taxas de juro que os bancos oferecem atualmente pelos depósitos.
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