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Caso das gémeas: bastonário da Ordem dos Médicos diz que SNS "tem regras que devem ser respeitadas"

Carlos Cortes recusou ainda comentar as palavra de José Ornelas, que disse que as cunhas que salvam vidas "não fazem mal a ninguém"

O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu esta quarta-feira que o Serviço Nacional de Saúde tem regras que devem ser respeitadas, ao falar sobre o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria.

Em resposta aos jornalistas à margem de uma visita o Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, Carlos Cortes escusou-se a comentar o caso concreto, lembrando que “há um conjunto de instituições – o Ministério Público, a IGAS – Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, a Ordem dos Médicos através do seu conselho disciplinar – que está a avaliar essa situação”.

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Segundo o bastonário, da parte da Ordem, só o conselho disciplinar poderá pronunciar-se sobre o processo.

“Todos os documentos que chegam à ordem sobre o caso das gémeas do Hospital de Santa Maria são remetidos ao conselho disciplinar e neste momento – o conselho disciplinar é um tribunal – não posso e não me vou pronunciar”, salientou.

Sobre as declarações do bispo de Leiria-Fátima, José Ornelas, que na terça-feira disse ser contra as cunhas, mas se salvarem vidas "não fazem mal a ninguém”, Carlos Cortes referiu que não ouviu as observações do clérigo, dizendo que Portugal vive num Estado de direito.

“O nosso Estado de direito felizmente está preparado para atender a todas as situações, para atender situações de vida e de morte, para atender ao bem-estar em termos de saúde da população. (…) O SNS tem regras. Há regras de boas práticas médicas, há regras de conduta ética e deontológica, há regras dos próprios hospitais (…), do meu ponto de vista, têm de ser sempre respeitadas”, assinalou.

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Na semana passada, a Ordem dos Médicos pediu ao Conselho Disciplinar da Região Sul que avaliasse o comportamento dos clínicos para perceber se há matéria disciplinar em que possa ter intervenção.

O caso das duas gémeas residentes no Brasil que, entretanto, adquiriram nacionalidade portuguesa e vieram a Portugal receber, em 2020, o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro.

O assunto está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e é objeto de uma auditoria interna no Hospital de Santa Maria.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já entregou documentação à PGR sobre o assunto e confirmou que o seu filho o contactou sobre a necessidade de tratamento das crianças, negou ter tido qualquer intervenção no processo.

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