O dia 8 de maio é o Dia Mundial do Cancro do Ovário. Este dia tem como objetivo consciencializar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do cancro do ovário, que é uma doença grave que afeta milhares de mulheres em todo o mundo.
A incidência de Cancro do Ovário manteve-se inalterada nos últimos 40 anos. A sua avaliação epidemiológica é complexa, refletindo a sua etiologia multifatorial. Existem pelo menos três teorias para tentar justificar a influência destes vários fatores.
PUB
Alguns investigadores acreditam que a ocorrência de cancro do ovário seja mais provável quanto maior a idade ovulatória da mulher. De facto, a maioria dos fatores de risco tem alguma influência sobre a atividade ovulatória. No entanto, os estudos sobre a influência da menopausa tardia e – sobretudo – menarca precoce (os principais limitantes da idade ovulatória) no risco de cancro do ovário, tiveram resultados muito controversos. Mais do que a idade ovulatória em si, parece que o que acontece durante esse intervalo exerça mais influência.
Algumas condições que reduzem a ovulação, por exemplo: gravidez, amamentação e utilização de pílulas, reduzem de forma consistente o risco de cancro do ovário. Concomitantemente, essa redução é maior do que a redução do risco associada, simplesmente, a uma alteração da idade da menarca/menopausa que reproduzam uma redução da idade ovulatório por um igual período. Como tal, a “exposição a ovulação” per si não parece ser teoria suficiente para explicar a ocorrência de cancro do ovário.
PUB
Outra teoria popular é que a exposição acumulada de gonadotrofinas promova a formação de cancro do ovário. Ainda que isto pudesse justificar a redução de incidência de cancro do ovário, associada ao aumento da paridade, piíula e amamentação, um trabalho laboratorial não confirmou alterações nas gonadotropinas entre grupos. Adicionalmente, esta teoria é incapaz de explicar o risco aumentado associado a ciclos anovulatórios, como síndrome de ovários poliquísticos a obesidade.
Uma terceira teoria considera que poderá ser a inflamação na superfície do ovário durante a ovulação a ter um efeito nocivo sobre esse epitélio, enquanto está em proliferação/reparação. Esta teoria explica todos os fatores de risco e protetores existentes, especialmente doença inflamatório pélvica e endometriose.
A incidência do cancro do ovário é aproximadamente 1%, pode variar de acordo com vários fatores, como a idade da população, o sexo, a raça, o estilo de vida, a exposição a fatores de risco e a disponibilidade de medidas preventivas e tratamentos eficazes.
PUB
A prevalência do cancro do ovário em Portugal não é muito elevada quando comparada com outras doenças oncológicas, como o cancro da mama ou do cólon. De acordo com os dados do Observatório Nacional das Doenças Oncológicas, a taxa de prevalência do cancro do ovário em Portugal, em 2020, foi de 7,9 casos por 100.000 habitantes.
Embora não haja uma forma conhecida de prevenir completamente o cancro do ovário, existem medidas que as mulheres podem tomar para ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença. Algumas formas de prevenção incluem:
Atualmente, não existe um programa de rastreamento organizado para o cancro do ovário, como acontece, por exemplo, com o cancro da mama ou do colo do útero. Isso ocorre porque o cancro do ovário é uma doença relativamente rara e os métodos de rastreamento disponíveis, atualmente, não são suficientemente precisos para detetar a doença nos seus estádios iniciais, o que pode levar a um grande número de falsos positivos e complicações desnecessárias.
PUB
No entanto, as mulheres que apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro do ovário, como aquelas com um histórico familiar da doença ou uma mutação genética conhecida, podem ser aconselhadas a fazer exames de imagem regulares, como a ecografia ginecológica transvaginal e/ou ressonância magnética, para ajudar a detetar a doença nos seus estágios iniciais.
No entanto, é importante destacar que o cancro do ovário é uma doença grave e que o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar a probabilidade de sucesso no tratamento.
Por isso, é importante que as mulheres estejam atentas aos sinais e sintomas da doença, como dor abdominal, inchaço, desconforto na região pélvica, perda de peso e alterações no ciclo menstrual, e consultem um médico caso percebam alguma alteração.
Além disso, a realização de exames ginecológicos regulares pode ajudar na deteção precoce da doença.
PUB