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Coreia do Norte promete novo “poderoso meio de ataque” e pode estar a preparar ensaio nuclear

Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte, prometeu esta segunda-feira que o seu país irá desenvolver um novo "poderoso meio de ataque", para reforçar a sua capacidade militar. O dirigente norte-coreano não deu detalhes sobre que tipo de “meio de ataque” estará em causa, mas as suas declarações coincidem com informações de que Pyongyang se poderá estar a preparar para fazer novos testes de armas nucleares.

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A última vez que o regime norte-coreano fez ensaios nucleares foi em 2017. Na altura, foi testada uma arma termonuclear com uma capacidade 16 vezes superior à bomba de Hiroshima. A possibilidade de retomar esses testes seria o passo mais grave numa escalada de ensaios de armamento que, só este ano, já incluiu o lançamento de 11 mísseis. O mais recente foi na quinta-feira passada, com o ensaio bem sucedido de um míssil balístico intercontinental que a Coreia do Norte alega ser a nova versão do “míssil monstro” Hwasong. Há dúvidas sobre que arma terá sido mesmo testada, mas não há qualquer dúvida sobre a escalada que Pyongyang está a protagonizar, aparentemente aproveitando a guerra no Leste da Europa.

“Capacidades de ataque formidáveis”

A promessa de um “poderoso meio de ataque” foi feita durante uma sessão fotográfica do presidente norte-coreano com funcionários e cientistas que contribuíram para o "bem sucedido" teste da semana passada do que Pyongyang diz ser o Hwasong-17.

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Citado pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), Kim garantiu que "continuará a atingir o objetivo de reforçar as capacidades de defesa nacional, desenvolver mais meios de ataque poderosos para equipar o nosso Exército Popular com eles".

Segundo Kim, um país só pode impedir uma guerra e garantir a sua segurança quando estiver equipado com "capacidades de ataque formidáveis" e "uma força militar esmagadora que não pode ser detida por ninguém".

"Temos de ser fortes em quaisquer circunstâncias para defender a paz, acelerar a construção socialista e ser responsáveis pela segurança das novas gerações, livres de qualquer ameaça", disse o líder norte-coreano, que na semana passada supervisionou diretamente o que poderá ter sido o ensaio do mais poderoso míssil do arsenal do seu país. 

Mas há cada vez mais suspeitas de que o que aconteceu na quinta-feira possa ter sido apenas uma encenação - aliás, acompanhada de um filme em tom triunfal, de Kim com óculos de sol e em câmara lenta, ao melhor estilo “Top Gun”.

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Após a análise mais detalhada das imagens desse lançamento, a Coreia do Sul e os Estados Unidos suspeitam que o Norte testou um Hwasong-15, do mesmo tipo que disparou em finais de 2017, mas que tudo fez para que esse míssil parecesse um Hwasong-17, supostamente a versão mais recente e poderosa dessa arma. 

Teste nuclear em preparação?

As ameaças de Kim Jong-Un surgem quando a Coreia do Sul dá o alerta de que o Norte poderá estar a preparar um ensaio nuclear subterrâneo. Neste domingo, os serviços secretos de Seul indicaram que Pyongyang parece estar a fazer preparativos no seu principal local de testes nucleares, reabilitando a capacidade para fazer ensaios atómicos. Um novo teste poderá acontecer “em breve”, acredita a Coreia do Sul - se assim for, será o sétimo teste atómico do regime de Kim Jong-Un.

Segundo as notícias deste fim de semana, divulgadas pela agência de notícias sul-coreana Yonhap, Pyongyang parece estar a trabalhar num "atalho" para reativar um túnel do seu principal local de testes subterrâneos, Punggye-ri. O local foi desativado em 2018, quando Kim Jong Un anunciou uma moratória auto-imposta sobre testes nucleares e de mísseis de longo alcance, tendo em conta as conversações de desnuclearização que estava a levar a cabo com os EUA, e com o então presidente Donald Trump.

Na altura, alguns dos túneis foram destruídos por explosões, e será uma parte dessa estrutura que a Coreia do Norte tenta agora reconstruir. O local tem quatro túneis principais, dois dos quais (túneis 1 e 2, onde aconteceram os seis testes nucleares já realizados) foram destruídos pelas explosões e serão difíceis de restaurar. Porém, segundo os serviços secretos de Seul, os túneis 3 e 4 poderão ser reconstruídos em pouco tempo e voltar a estar operacionais. Será um desses túneis que os norte-coreanos estão a tentar alcançar com o novo atalho, e com trabalhos de reabilitação. 

"(O Norte) parou abruptamente os seus trabalhos iniciais de construção para restaurar a entrada do Túnel 3, e está a escavar o lado (do túnel)", disse uma fonte não identificada, citada na notícia da Yonhap. "Desta forma, parece que será possível restaurar (as instalações) dentro de um mês".

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