Seis milhões de euros depositados na conta do Estado. Foi assim que Álvaro Sobrinho respondeu nos últimos dias ao juiz Carlos Alexandre, que lhe impôs a caução mais alta de sempre em Portugal. O antigo banqueiro, suspeito de ter desviado mais de 500 milhões do BES Angola, a que presidiu entre 2010 e 2013, estava há dois meses proibido de sair do país, até que pagasse a caução, e já o fez. A CNN Portugal sabe que Sobrinho fez o depósito milionário, o que passa a permitir-lhe, a partir de agora, circular no espaço europeu enquanto decorre o inquérito do Ministério Público.
Segundo a investigação, terá montado um esquema de desvio de fundos do banco através da concessão de empréstimos milionários a testas de ferro. Está indiciado, por isso, de crimes de burla agravada, abuso de confiança e branqueamento de capitais. Quando foi interrogado, em março, o luso-angolano entregou o passaporte que o impede de sair da Europa e ficou sujeito a apresentações periódicas à polícia. E ficou sujeito à caução de seis milhões, caso quisesse circular na Europa. Tentou, primeiro, dar como garantia de caução imóveis de luxo na grande Lisboa, mas já estavam arrestados e o juiz não aceitou. E agora decidiu pagar mesmo, em dinheiro, para resolver o problema. Com este pagamento bateu todos os recordes em Portugal, uma vez que o antigo ministro Manuel Pinho, no caso EDP, estava sujeito a uma caução do mesmo valor mas não a pagou para sair de prisão domiciliária.
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