Em apenas vinte minutos, na A1, uma sequência de três acidentes com quatro carros resultaram na morte de Sara Carreira.
O primeiro seguia na faixa da direita, a cerca de 30 quilómetros por hora, abaixo do limite mínimo de 50 permitido em autoestrada. O homem, Paulo Neves, de 54 anos, conduzia com uma taxa de álcool no sangue de 1,18 gramas por litro, mais do dobro do permitido por lei. Circulava sem qualquer sinalização de perigo.
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Atrás do carro de Paulo Neves vinha o carro da fadista Cristina Branco, onde também viajava a filha. Iam a pouco mais de 100 km/hora mas, segundo a acusação a que o Correio da Manhã teve acesso, a fadista seguia desatenta e colidiu com a primeira viatura. O carro ficou imobilizado na faixa do meio, a mesma onde, 19 minutos depois, se deu o acidente mortal.
O ator Ivo Lucas conduziria a mais de 130 quilómetros por hora quando a viatura que conduzia chocou com o da fadista. Capotou várias vezes e só parou a quase 100 metros do local do acidente, na faixa da esquerda. Dois minutos depois, um quarto carro resultava no último acidente. O condutor Tiago Pacheco viria a mais de 145 km/hora na faixa central.
Terá percorrido 96 metros sem parar por entre os destroços dos carros e acabou por embater no carro de Sara Carreira.
O despacho de acusação data de 3 de dezembro. Ivo Lucas e Cristina Branco estão acusados de homicídio por negligência, punível com uma pena de prisão até três anos. Os outros dois condutores estão acusados de condução perigosa.
O Ministério Público conclui que todos tiveram um comportamento perigoso na estrada naquela noite de 5 de dezembro de 2020.
O processo deve agora seguir para instrução, já requerida pelo condutor do último veículo, Tiago Pacheco. Nesta fase, o juiz vai decidir se o processo segue ou não para julgamento.
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