Seguimento da gravidez da mulher que morreu no Amadora-Sintra "não foi o ideal"

31 out, 17:19
Hospital Fernando Fonseca

Mulher que tinha chegado recentemente a Portugal foi "referenciada" para consulta no Amadora-Sintra

O diretor da urgência de Obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra, Diogo Bruno, explicou que a mulher que morreu naquela unidade, que estava em termo precoce, tinha "chegado a Portugal relativamente recentemente" e que tinha sido "referenciada" para aquela unidade de saúde. No entanto, de acordo com o clínico, "o seguimento da gravidez não foi o seguimento ideal" e a grávida "tinha, efetivamente, uma história não bem esclarecida de hipertensão".

Segundo Diogo Bruno, a mulher "foi avaliada em consulta de rotina, sem sintomas e, portanto, foi detetado no exame de rastreio normal da consulta de obstetrícia uma hipertensão muito ligeira, na ordem dos 140 a 90".

"Por esse motivo, sendo cuidadosos, foi referenciado internamente à urgência obstétrica, foram feitos vários exames, descartaram complicações importantes da gravidez que determinassem atitudes diferentes e ela foi enviada para casa, obviamente com ensino dos sinais de alarme, para recorrer novamente ao serviço de urgência e procurar cuidado médico."

E foi em casa que a situação se complicou, com a mulher - que tinha chegado recentemente a Portugal - a ligar para o 112 a pedir ajuda. Durante a madrugada, a grávida deu entrada no hospital já em paragem cardiorrespiratória. A equipa médica ativou de imediato o protocolo de emergência, envolvendo obstetrícia, anestesia, medicina interna e neonatologia, procedendo a uma cesariana de emergência para salvar o bebé.

"A grávida entrou em paragem cardiorrespiratória no nosso hospital. Portanto, a atitude que foi tomada foi suporte avançado de vida e extração do bebé assim que possível e foi super rápido”, afirmou Diogo Bruno, acrescentando que o bebé está internado com “prognóstico reservado” nos cuidados intensivos neonatais.

A mulher de 36 anos e de nacionalidade guineense morreu durante a madrugada desta sexta-feira no hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, depois do parto. O hospital abriu um inquérito ao caso, assim como a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e a Entidade Reguladora da Saúde.

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