Em causa está uma notícia avançada esta sexta-feira que refere que o almirante anda a fazer exigências ao poder político como contrapartida para não se candidatar a Belém. Segundo uma sondagem da CNN, Gouveia e Melo é o potencial candidato presidencial com mais probabilidades de vencer
Gouveia e Melo reagiu esta sexta-feira de manhã à notícia avançada pelo jornal Expresso de que só aceita ficar no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada se tiver garantias de que o Governo vai investir na Marinha.
Aos jornalistas, o almirante garantiu que "é uma notícia fortemente especulativa" de que só ficaria na Marinha se houver garantias como a compra de dois submarinos e novos navios além dos 17 programados para reforçar a capacidade da força naval portuguesa.
"A primeira coisa é que eu não exigi nem exijo nada. Ponto final. Parágrafo. A segunda coisa: sobre os meus estados de espírito, não vou alimentar especulações - segundo ponto final e segundo parágrafo. Isso é uma ideia um bocado acho que ridícula", disse Gouveia e Melo, para depois reforçar - quando questionado sobre se a sua permanência na Marinha dependia de um reforço de meios - que a resposta "é não, é não, é não, é não". Trata-se de declarações em Lesbos, na Grécia, onde o almirante se encontra esta sexta-feira.
Gouveia e Melo diz ainda que "os militares não fazem chantagem com o poder político" e que aquilo que acha "necessário não é necessariamente o que vai acontecer".
"É o contrário, o poder político é que manda nos militares. Portanto, se o poder político acha ou não o que tiver de achar relativamente à defesa, isso é tratado de forma reservada. Isso é um problema geral, não é só nas forças armadas, não é um problema nem da Marinha, nem da Força Aérea, nem do Exército. E a quem respondo sobre essas coisas é a pessoa que está aqui ao meu lado, que é o ministro da Defesa. Eu já enumerei e já disse no passado que eu, enquanto chefe da Marinha, o que achava que era necessário em termos do que eu considero as ameaças. O que eu acho que é necessário não é necessariamente o que vai acontecer", afirmou.
O Expresso avança ainda que o desejo de Marcelo de reconduzir o almirante no cargo será uma tentativa de travar uma eventual candidatura presidencial. O Presidente já disse que “não trava nem acelera candidaturas”, mas, segundo o Expresso, em privado não esconde desagrado com o estilo do militar, que considera populista e autoritário.
Gouveia e Melo termina o atual mandato a 27 de dezembro. Segundo uma sondagem da CNN, é o potencial candidato presidencial com mais probabilidades de vencer.