Dos bens essenciais à habitação: todos os preços que aumentam a partir de hoje

1 abr 2022, 08:00

Na origem de grande parte dos aumentos está a invasão russa da Ucrânia

É dia 1 de abril, tudo o que aqui está é verdade e vai começar a ter efeitos na carteira dos portugueses já a partir desta sexta-feira: comprar pão, acender a luz, ligar o esquentador ou mesmo um aquecedor encareceu. 

O preço do trigo nos mercados internacionais aumentou porque a Ucrânia é um dos maiores exportadores. Em conjunto, a Ucrânia e a Rússia representam cerca de 30% do mercado global de cereais. O custo do gás também aumentou porque a Rússia é o maior exportador de gás natural do mundo. 

Comecemos pela energia. Alguns comercializadores já anunciaram que os preços da eletricidade e do gás vão ficar mais caros já a partir de hoje. Fazendo algumas contas e simulações, a fatura pode mesmo subir cerca de 40 euros ao final do ano, o que dá uma média de 3,34 euros por mês. 

De acordo com informações recolhidas pela CNN Portugal, a Endesa começa a cobrar a partir desta sexta-feira mais 3% em média na fatura mensal. A Galp vai aumentar os preços daqui a 15 dias: 1 a 2 euros na eletricidade e cerca de 3 no gás. Já na EDP Comercial são mais 3% a partir de 1 de maio. Isto são valores que dizem respeito ao mercado livre. Para quem faz parte da fatia do mercado regulado, a partir desta sexta-feira o aumento vai ser também de 3%. 

Enquanto não houver medidas para mitigar estes aumentos, ao consumidor final resta apenas pensar em soluções para poupar e escolher o operador que melhor se adapta. Para o ajudar, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) tem um simulador de preços da energia no qual pode avaliar todas as ofertas do mercado liberalizado em Portugal Continental. 

Há um ditado português que diz que quanto mais barato estiver o pão melhor canta o coração. Mas as notícias não são animadoras: o pão faz parte da alimentação diária dos portugueses e vai custar mais 20% a partir deste mês, isto porque os grandes produtores de cereais são os países que estão em guerra. Aumentando a matéria-prima e a eletricidade, o produto final fica inevitavelmente mais caro. 

O cereal que Portugal mais importa da Ucrânia é o milho. Apesar de também ser utilizado na nossa alimentação, a maioria do milho exportado é utilizado para alimentar animais. Por isso, um aumento do custo deste cereal pode significar um aumento do preço final da carne, do leite ou dos ovos. Não fique admirado se pagar mais por um balde de pipocas quando for ao cinema. A Ucrânia também é um dos principais fornecedores deste cereal na Europa. 

As conservas também são um dos produtos que vão sofrer um aumento dos preços já a partir deste mês, muito por causa da subida do custo do óleo de girassol. O país liderado por Zelensky representa mais de 50% da produção de óleo de girassol a nível mundial.

Existem muitos outros bens-essenciais que têm vindo sucessivamente a aumentar desde o início da guerra e assim vão continuar. É o caso das frutas e verduras.

Estas subidas dos preços não se ficam só pelos produtos alimentarem. A partir desta sexta-feira os bancos começam a aplicar novas regras para o crédito à habitação: com os limites recomendados pelo Banco de Portugal, só quem tem até 30 anos é que pode continuar a aceder ao prazo máximo do empréstimo - 40 anos. Dos 30 aos 35 anos de idade, o limite para o empréstimo passa a ser de 37 anos. Já para os clientes com mais de 35 anos, o novo patamar são 35 anos de crédito. E porquê? Para garantir que por volta dos 70 anos de idade a dívida esteja totalmente saldada.

Em sentido inverso seguem os combustíveis. A queda do preço do petróleo este quinta-feira aumenta as probabilidades de descida do preço na próxima semana, sobretudo no gasóleo. Mas é uma descida que acontece depois de uma subida abrupta nas últimas semanas, portanto é uma descida essencialmente psicológica.

Relacionados

Economia

Mais Economia

Patrocinados