Má alimentação ultrapassa tabaco nos fatores de risco para a mortalidade. DGS quer reduzir sal em 10% e açúcar em 20% até 2027

16 out 2022, 11:01

Foi divulgado este domingo o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, que pretende reduzir, até 2030, a prevalência do excesso de peso e da obesidade em pelo menos 5% nas crianças e nos adolescentes

A Direção Geral de Saúde (DGS) quer, até 2027, reduzir o sal em 10% e o de açúcar em 20% nos alimentos que mais contribuem para o consumo daqueles ingredientes. São duas das metas do novo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (2022-2030), divulgado e colocado a consulta pública este domingo.

O documento mantém como prioridades o combate ao excesso de peso e à obesidade e a promoção de uma alimentação saudável. As projeções para 2030 sugerem mesmo que os erros alimentares e o excesso de peso podem ultrapassar o tabaco no ranking de fatores de risco que mais contribuem para a mortalidade.

De acordo com um comunicado divulgado este domingo, Dia Mundial da Alimentação, pela DGS, o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável pretende prevenir e controlar todas as formas de malnutrição. Entre elas, a alimentação inadequada, a desnutrição, a ingestão inadequada de vitaminas e minerais, a pré-obesidade e a obesidade.

“Após 10 anos de forte investimento nos dois pilares centrais da estratégia alimentar e nutricional nacional, que foram a melhoria do ambiente alimentar (por exemplo com acordos com a indústria para a reformulação da oferta alimentar ou a regulação do marketing alimentar destinado a crianças) e a capacitação do cidadão com medidas de educação, a estratégia apresenta medidas mais dirigidas para o próprio sistema de saúde e ao nível da prestação de cuidados de saúde”, escreve a DGS em comunicado. 

A DGS considera que “a magnitude do problema do excesso de peso, da obesidade e dos hábitos alimentares inadequados obriga a uma intervenção imediata e mais abrangente sobre o sistema de saúde”.

O plano de promoção de uma alimentação saudável 2022-2030 traça também metas a alcançar a médio e longo prazo. Até 2030, pretende-se “aumentar a percentagem de consumo de, pelo menos, 400 gramas de fruta e hortícolas em adultos, crianças e adolescentes” e reduzir o consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas.

O documento traça também metas para aumentar a taxa de aleitamento materno exclusivo até aos seis meses e reduzir, até 2030, a prevalência do excesso de peso e da obesidade em pelo menos 5% nas crianças e nos adolescentes. 

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