Residência de Manuel Pinho em Espanha decisiva para a detenção por perigo de fuga

14 dez 2021, 12:59
Manuel Pinho

Antigo ministro da Economia foi detido no fim de um interrogatório no DCIAP

O Ministério Público terá baseado a decisão de emitir um mandado de detenção em nome de Manuel Pinho e da mulher com o facto de o casal ter residência em Alicante, Espanha. De acordo com o jornal Observador, as autoridades entendem que existe perigo de fuga.

O antigo ministro da Economia foi detido de imediato, logo após o fim do interrogatório de que foi alvo no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Trata-se de uma decisão que ocorre mais de quatro anos depois de Manuel Pinho ter sido constituído arguido no Caso EDP. Até agora, o antigo governante está submetido apenas ao termo de identidade e residência, mas o Ministério Público poderá agora aplicar uma medida de coação mais gravosa.

Alexandra Pinho faltou a dois interrogatórios

A mulher de Manuel Pinho faltou a dois interrogatórios em pouco mais de um mês. Além da audiência desta terça-feira, Alexandra Pinho já tinha faltado a um interrogatório que tinha sido marcado para 4 de novembro.

Na altura, a mulher do ex-ministro justificou a ausência com uma intervenção cirúrgica que já tinha marcado.

Segundo o advogado do casal, Ricardo Sá Fernandes, Alexandra Pinho deveria comparecer em tribunal ainda esta terça-feira, por volta das 14:00, hora que acabou por ser adiada para as 15:30.

Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.

No processo EDP, o Ministério Público imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto, em coautoria, quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.

O caso está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

O processo tem ainda como arguidos o administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho João Conceição, Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um Governo PSD, e Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas.

Crime e Justiça

Mais Crime e Justiça

Patrocinados