Inflação homóloga na Alemanha disparou para 10% em setembro

Agência Lusa , AM
13 out 2022, 11:39
Castelo de Augustusburg em Brühl, na Alemanha (picture alliance/ Getty Images)

Bilhete de transporte público subsidiado a nove euros por mês e o desconto de combustível acrescentaram pressão ascendente sobre os preços em setembro

A taxa de inflação homóloga na Alemanha subiu para 10% em setembro, o nível mais alto da Alemanha reunificada, principalmente devido aos preços elevados da energia, mas também dos alimentos, confirmou esta quinta-feira a agência federal de estatística alemã (Destatis).

A Destatis confirmou assim os dados preliminares divulgados no dia 29 de setembro.

O índice de preços no consumidor (IPC), que se manteve acima de 7% durante sete meses, aumentou acentuadamente em setembro, já que a taxa de inflação homóloga tinha sido de 7,9% em agosto.

"Com 10%, a taxa de inflação atingiu um novo máximo na Alemanha unificada", disse o presidente da Destatis, Georg Thiel, salientando que "as principais razões para a elevada inflação continuam a ser os enormes aumentos de preços dos produtos energéticos".

"Contudo, estamos a assistir cada vez mais a aumentos de preços em muitos outros produtos, especialmente alimentos", disse.

O presidente da Destatis acrescentou que o fim do bilhete de transporte público subsidiado a nove euros por mês e o desconto de combustível acrescentaram pressão ascendente sobre os preços em setembro.

Thiel salientou que estas medidas temporárias no segundo pacote de ajuda do Governo "tiveram um efeito amortecedor sobre a inflação entre junho e agosto", que a Destatis estimou em cerca de um ponto percentual.

Assim, o aumento anual dos preços dos transportes foi de 14% em setembro, contra 3,7% em agosto, 5,4% em julho e 8,3% em junho, enquanto em maio, antes da entrada em vigor das medidas de ajuda, tinha sido de 16,3%.

O fim do bilhete subsidiado de nove euros e o desconto de combustível reflete-se também na taxa de inflação em relação a agosto, com um aumento significativo de 1,9%.

Os produtos energéticos aumentaram 43,9% em setembro face ao mesmo mês de 2021, contra 35,6% em agosto.

O preço da energia doméstica aumentou de forma particularmente acentuada, em 51,8%.

Assim, o preço do óleo de aquecimento leve mais do que duplicou para 108,4%, o do gás natural aumentou 95,1% e o da eletricidade 21,0%.

Os combustíveis subiram 30,5% em setembro, contra 16,5% em agosto, 23% em julho e 33,2% em junho, enquanto em maio, antes da entrada em vigor do desconto de combustível, os preços tinham subido 41%.

O fim do imposto reduzido sobre os combustíveis é, no entanto, apenas uma das razões para o forte aumento dos preços dos combustíveis.

Assim, o aumento do preço dos produtos energéticos deve-se principalmente aos aumentos acentuados dos preços de compra internacionais.

Além dos aumentos de preços de todos os produtos energéticos devido à guerra na Ucrânia e à situação de crise, os problemas de abastecimento e os aumentos significativos de preços no período que antecedeu a crise económica tiveram um impacto na taxa de inflação.

Como consequência, outros bens e serviços também se tornaram mais caros, especialmente novamente muitos produtos alimentares, que, com um aumento de preços de 18,7% em termos homólogos, ultrapassaram a inflação geral.

Globalmente, os aumentos de preços têm-se fortalecido sucessivamente desde o início do ano.

Foram observados aumentos de preços em todos os grupos alimentares: gorduras e óleos - mais 49%, produtos lácteos e ovos - mais 29,1%, carne e produtos de carne transformados - mais 19,5%, e pão e cereais - mais 18,5%.

Excluindo o impacto da energia, a taxa de inflação em setembro teria sido de 6%, e excluindo a energia e os alimentos, 4,6%.

Os preços dos bens no seu conjunto aumentaram 17,2% em termos homólogos, enquanto os preços dos serviços subiram apenas 3,6%.

O IPC harmonizado para a Alemanha, que é calculado de acordo com os critérios da UE, aumentou em setembro 10,9% em termos homólogos e 2,2% face ao mesmo mês de 2021.

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