Discurso de Olaf Scholz interrompido por manifestantes em topless: "Embargo ao gás já!"

Nuno Mandeiro , Com Lusa
21 ago 2022, 18:31

Dupla protestante apelou a que a Alemanha suspendesse o uso de energia russa imediatamente

Este domingo, na Alemanha, o sol brilhava e Olaf Scholz discursava no "open day" do governo alemão - dia em que todos os alemães podem visitar a Chancelaria Federal e os ministérios -, quando duas mulheres pediram para tirar uma selfie com o chanceler alemão. Até aqui tudo parecia normal.

Aproximaram-se de Scholz, completamente vestidas e sem que qualquer comportamento desviante saltasse à vista, mas rapidamente tiraram os casacos - ficando ambas em topless - para que se pudesse ler a frase que tinham inscrita no peito: "Gas embargo now" (em português, embargo ao gás já), referente à matéria prima que é importada da Rússia.

Perante a estupefação de Olaf Scholz, a equipa de segurança rapidamente retirou do local as duas manifestantes, mas o momento acabou por ser registado pelas objetivas da imprensa que se encontrava no local. O protesto surge numa altura em que o responsável máximo do governo alemão tem sido criticado pelas medidas, ou falta delas, no que diz respeito à política energética, desde que a guerra na Ucrânia deflagrou a 24 de fevereiro. Isto, porque o país ainda é altamente dependente do fornecimento de gás russo, apesar de já falar num futuro gasoduto que deverá passar por Portugal.

"Embargo ao gás já"

A guerra pôs a descoberto a dependência europeia da energia russa, incluindo a Alemanha, que cancelou a entrada em funcionamento do segundo gasoduto direto com a Rússia após a invasão da Ucrânia.

Recentemente, Scholz defendeu que a redução da dependência de gás russo passa por um gasoduto que transporte gás a partir de Portugal através de Espanha e França para o resto da Europa.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, reiterou ainda, este domingo, que a Rússia tem de abandonar quaisquer planos de conquista da Ucrânia e respeitar a vontade dos ucranianos para ser possível negociar o fim da guerra.

“Não aceitaremos uma paz que o Governo, o Parlamento e o povo da Ucrânia não possam aceitar”, disse Scholz num encontro com cidadãos por ocasião do dia de abertura da Chancelaria em Berlim, segundo a agência espanhola EFE.

A poucos dias de completar seis meses, desconhece-se o número de baixas civis e militares no conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado. A guerra provocou também 12 milhões de refugiados e de deslocados internos.

A União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos e fornecido armas à Ucrânia.

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