A CNN Portugal sabe que os problemas no resort Radisson Blu, classificado como cinco estrelas, são transversais a vários grupos, que viajaram em momentos diferentes
Joaquim Mendes Teixeira convidou a família - filhos, netos, irmã e sobrinhos - para umas férias de sonho num resort de cinco estrelas em Al Hoceima, no norte de Marrocos, mas das 19 pessoas que viajaram, apenas uma não ficou doente durante a estadia no hotel.
"Todos sentimos o desconforto de ter de ficar nos quartos com diarreia, dores de barriga, mal-estar", explica à CNN Portugal.
As reclamações de hóspedes portugueses que, neste verão, reservaram estadia no Hotel Radisson Blu Al Hoceima avolumam-se e são transversais a grupos que viajaram em momentos diferentes. Em comum as mesmas queixas: relatam desorganização e uma falta de higiene generalizada num hotel classificado como cinco estrelas.
À semelhança do que aconteceu com Helena Silva e João Castro Lopes, que já tinham dado conta à CNN Portugal das suas experiências, Joaquim sublinha que também ele e a família começaram a ficar doentes pouco tempo depois de terem feito o check-in: “Dois dias depois de termos chegado a Al Hoceima, começaram os casos de gastroenterite”.
“A sala de jantar estava engordurada, ao ponto de a mãe dos meus filhos ter chegado a cair, batendo com a cara no chão”, descreve Joaquim à CNN Portugal.
Os dias que seriam de descanso ficaram, assim, marcados pelos piores motivos, ao ponto de não conseguirem sair dos quartos. E chegados a Lisboa, tanto Joaquim como a irmã tiveram mesmo de ser hospitalizados.
"Chegámos a Lisboa de Al Hoceima às 06:30, no domingo, 18 de agosto. Nesse mesmo dia senti-me pior e dirigi-me ao Hospital de Santa Maria, por indicação do SNS24. Fiz análises, levei soro, fizeram-me um eletrocardiograma e fui medicado, tendo chegado a casa à 01:30 do dia seguinte. A minha irmã também foi ao hospital de Cascais, tendo ficado internada um dia", relata à CNN Portugal.
Ao contrário de Helena e João, que fizeram a reserva pela agência Abreu, Joaquim marcou a estadia pela agência Skyness.
Estes viajantes exigem ser ressarcidos pelas despesas das viagens – Helena conta que pagou cerca de quatro mil euros por esta semana de “martírio”.
Além disso, exigem um pedido de desculpas formal tanto da agência de viagens como do hotel.
Além da péssima experiência de Joaquim, Helena ou João, outros 49 portugueses passaram uma semana que se queria de luxo debaixo de problemas.
Como já tinha referido a reportagem da CNN Portugal, do grupo de 52 portugueses, apenas quatro não ficaram doentes durante a estadia. Mas esse não foi o único problema.
Joaquim lembra a tal "sala engordurada", mas as queixas vão para lá disso. O pai de Helena, por exemplo, sentiu-se mal depois de ter esperado várias horas na receção de um hotel sem ar condicionado.
Isto porque, chegada ao hotel de madrugada, por volta das 02:00, a família não tinha quarto atribuído, tendo esperado até por volta das 08:00 para ser acomodada. Casos houve também de pessoas que tinham quarto, mas que foram surpreendidas ao chegar ao quarto, que já estava ocupado por outras pessoas.
Muitos destes turistas já apresentaram reclamações ao provedor do cliente das agências de viagens, que garantiu que está a tentar recolher informações por parte do hotel e das equipas no local, prometendo gerir a situação caso a caso.