Regulador europeu faz aviso: é preciso evitar que haja vacinas precipitadas contra a variante Ómicron

Agência Lusa , CM
9 dez 2021, 16:23
Agência Europeia do Medicamento

“Não queremos vir a encontrar-nos numa situação em que alteramos a composição para uma vacina contra a Ómicron e depois deparamo-nos com uma nova variante que é mais próxima da Delta ou das anteriores”

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, no acrónimo em inglês) defende a necessidade de reunir mais dados sobre a nova variante Ómicron antes de serem tomadas decisões sobre a estratégia a seguir no combate à covid-19.

Em conferência de imprensa, o responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, observou que “os dados preliminares apontam para que a variante Ómicron, já presente em vários países europeus, pode ser mais transmissível que a variante Delta”, mas sublinhou que “ainda não é claro se a Ómicron pode substituir a Delta como o vírus dominante”, da mesma forma que são necessários mais dados consolidados para avaliar o impacto da nova variante do SARS-CoV-2 na eficácia das vacinas.

Segundo Cavaleri, “aparentemente os casos são na grande maioria ligeiros” mas insistiu que é necessário “reunir mais dados”, pelo que “só o tempo o dirá”, acrescentando que o mesmo se aplica à eficácia das atuais vacinas.

“Neste momento ainda não temos dados suficientes sobre o impacto desta variante na eficácia das vacinas. É prematuro dizer se é necessário alterar a composição das vacinas”, assumiu, garantindo todavia que a EMA está “pronta a agir rapidamente se tal se revelar necessário” e reiterando que a autorização para uma vacina especificamente contra a variante Ómicron “pode acontecer muito rapidamente”, no espaço de “três a quatro meses”.

Marco Cavaleri insiste, no entanto, que é necessário aguardar um pouco mais antes de serem tomadas decisões.

“Creio que é importante que, antes de ser tomada alguma decisão sobre mudanças na composição das atuais vacinas, tenhamos em conta o que está a emergir ou pode vir a emergir, porque não queremos vir a encontrar-nos numa situação em que alteramos a composição para uma vacina contra a Ómicron e depois deparamo-nos com uma nova variante que é mais próxima da Delta ou das anteriores”, sublinhou.

Por isso, prosseguiu, esse é “um dilema” que deve ser tratado “quando chegar a altura de decidir se é necessário alterar a composição da vacina”.

Ainda a nível da vacinação, Cavaleri adiantou que a carteira da União Europeia pode vir a contar com uma quinta vacina ainda este ano.

“Poderemos vir a ter uma quinta vacina até ao final do ano quando concluirmos a avaliação da vacina da Novavax, a Nuvaxovid. Uma vez autorizada, será mais uma opção para vacinar na Europa e globalmente”, indicou.

Caso a vacina da farmacêutica norte-americana receba a luz verde do regulador, será a quinta autorizada para a União Europeia, juntando-se às da Pfizer/BioNTech, da Moderna, da Janssen e da AstraZeneca, que fazem parte do plano de vacinação português - que arrancou a 27 de dezembro de 2020.

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