Mulheres afegãs são barradas à entrada de universidades após proibição decretada pelos talibãs

21 dez 2022, 09:56
Mulheres afegãs barradas à porta de universidade (Getty)

“Estamos condenadas. Perdemos tudo”, referiu uma estudante, que preferiu não ser identificada. Os seus colegas masculinos também repudiaram a medida tomada pelo governo talibã, que chocou a comunidade internacional

As mulheres afegãs estão a ser barradas quando tentam entrar nas universidades que frequentam no país, reporta a AFP, um dia após o regime dos talibãs as ter proibido de frequentarem o ensino superior.

Uma equipa de jornalistas da agência relata ter presenciado vários grupos de estudantes a tentar entrar num estabelecimento de ensino em Cabul, sendo-lhes negada a entrada por guardas armados.

“Estamos condenadas. Perdemos tudo”, referiu uma das estudantes, que preferiu não ser identificada. Os seus colegas masculinos também repudiaram a medida tomada pelo governo talibã, que chocou a comunidade internacional. "Esta situação demonstra realmente o analfabetismo e baixo conhecimento do Islão e dos direitos humanos por parte dos talibãs. Se a situação continuar assim, o futuro será pior. Todos estão assustados”, disse um aluno, que também preferiu não ser identificado.

A decisão do governo afegão foi anunciada na terça-feira pelo ministro do Ensino Superior, Neda Mohammad Nadeem. "Todos são informados para implementar imediatamente a referida ordem de suspensão da educação das mulheres até nova ordem”, disse, citado pela AFP.

A decisão foi repreendida pelas Nações Unidas. "O secretário-geral [António Guterres] reitera que a negação da educação não só viola a igualdade de direitos das mulheres e raparigas, como terá um impacto devastador no futuro do país", informou Stéphane Dujarric, porta-voz da instituição, em comunicado.

O governo dos Estados Unidos também condenou a medida dos talibãs. "Os talibãs não podem esperar ser um membro legítimo da comunidade internacional enquanto não respeitarem os direitos de todos no Afeganistão. Esta decisão trará consequências para os talibãs", disse o secretário de Estado do país, Antony Blinken, em comunicado.

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