Aministia Internacional pede à comunidade internacional para agir, talibãs alegam estar apenas a cumprir a lei islâmica
A mais recente lei imposta pelos talibã é mais um ataque direto às mulheres do Afeganistão, condenou a Amnistia Internacional nesta quinta-feira. Segundo as novas leis de "vício e virtude", as mulheres estão proibidas de falar em locais públicos ou de expor o rosto. Contra mais um pacote de restrições, ativistas afegãs iniciaram uma onda de protestos que está a tornar-se viral - filmam-se a cantar e publicam os vídeos nas redes sociais.
No domingo, Roza Otunbayeva, que chefia a missão da ONU no país, a UNAMA, disse que as imposições anunciadas deixam a descoberto uma "perspetiva angustiante" para o futuro do Afeganistão. Em resposta, o principal porta-voz do governo talibã, Zabihullah MujahidInstamos, apelou à compreensão dos valores islâmicos. "Rejeitar estas leis sem esse conhecimento é, na nossa opinião, uma expressão de arrogância", advertiu em comunicado.
Women in Afghanistan are singing to protest the Taliban’s new “morality decree”. This decree is yet another brazen attack on human rights and must be immediately revoked. pic.twitter.com/ft6BeH7vdL
— Amnesty International (@amnesty) August 29, 2024
Desde quarta-feira, quando as novas leis foram promulgadas, a Amnistia Internacional tem vindo a apelar à intervenção mundial perante o que considera ser uma clara violação dos direitos humanos das mulheres. Nos apelos publicados no site oficial, é apontado o dedo à comunidade internacional pela "inação" demonstrada.
De acordo com a Amnistia Internacional, os talibãs rejeitam que as leis impostas se tratem de "perseguição de género" e alegam estar apenas a cumprir a Sharia (lei islâmica) - 99% da população no Afeganistão é muçulmana.
Há três anos que a vida dos afegãos mudou radicalmente após a saída do país das forças dos Estados Unidos e da NATO. Vivem desde então segundo a Sharia, lei islâmica que o regime talibã impôs desde que tomou conta do Afeganistão, em agosto de 2021.