Mulheres afegãs desafiam talibãs e cantam em protesto contra a nova lei que as proíbe de falar em público

29 ago, 22:46
Afeganistão

Aministia Internacional pede à comunidade internacional para agir, talibãs alegam estar apenas a cumprir a lei islâmica

A mais recente lei imposta pelos talibã é mais um ataque direto às mulheres do Afeganistão, condenou a Amnistia Internacional nesta quinta-feira. Segundo as novas leis de "vício e virtude", as mulheres estão proibidas de falar em locais públicos ou de expor o rosto. Contra mais um pacote de restrições, ativistas afegãs iniciaram uma onda de protestos que está a tornar-se viral - filmam-se a cantar e publicam os vídeos nas redes sociais.

No domingo, Roza Otunbayeva, que chefia a missão da ONU no país, a UNAMA, disse que as imposições anunciadas deixam a descoberto uma "perspetiva angustiante" para o futuro do Afeganistão. Em resposta, o principal porta-voz do governo talibã, Zabihullah MujahidInstamos, apelou à compreensão dos valores islâmicos. "Rejeitar estas leis sem esse conhecimento é, na nossa opinião, uma expressão de arrogância", advertiu em comunicado. 

Desde quarta-feira, quando as novas leis foram promulgadas, a Amnistia Internacional tem vindo a apelar à intervenção mundial perante o que considera ser uma clara violação dos direitos humanos das mulheres. Nos apelos publicados no site oficial, é apontado o dedo à comunidade internacional pela "inação" demonstrada. 

De acordo com a Amnistia Internacional, os talibãs rejeitam que as leis impostas se tratem de "perseguição de género" e alegam estar apenas a cumprir a Sharia (lei islâmica) - 99% da população no Afeganistão é muçulmana. 

Há três anos que a vida dos afegãos mudou radicalmente após a saída do país das forças dos Estados Unidos e da NATO. Vivem desde então segundo a Sharia, lei islâmica que o regime talibã impôs desde que tomou conta do Afeganistão, em agosto de 2021.

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