Viajar com líquidos com mais de 100 ml na bagagem está perto de deixar de ser um problema

22 fev 2023, 09:00
Multidões e filas nos terminais dos aeroportos estão a tornar-se características das viagens aéreas no verão de 2022 (CNN)

A operadora portuária Aena prepara-se para implementar scanners 3D de alta tecnologia, que permitem inspecionar o interior das bagagens sem o passageiro precisar de as abrir

A compra de frasquinhos próprios para viagem pode ter os dias contados. A partir de 2024, a operadora aeroportuária Aena, que gere os aeroportos espanhóis, vai implementar scanners 3D mais sofisticados, com tecnologia de raio X, nos controles de segurança, de forma a obter uma imagem mais detalhada das bagagens dos passageiros. Esta reforma vai facilitar a inspeção da bagagem, não sendo necessário colocar produtos em sacos ou equipamentos eletrónicos nas bandejas, o que vai encurtar filas e economizar o tempo de quem viaja.

Para isso, a Aena prepara-se para lançar os concursos que lhe darão acesso aos equipamentos já no final de 2023 ou início de 2024, segundo conta o jornal El Pais. A nova tecnologia começará por ser instalada nos aeroportos de Madrid e Barcelona. No final de 2024, será implementada em Palma de Maiorca e, mais tarde, nos restantes aeroportos da rede Aena.

A medida é incorporada num projeto global que visa a modernização dos filtros de segurança dos aeroportos administrados pela rede aeroportuária, que também incluirá corredores automatizados para manuseio de bagagem de mão, sistema de inspeção remota, implementação de controles biométricos para acesso e um novo sistema de inspeção de bagagem de porão.

A inspeção vai tornar-se mais rápida e minuciosa

Os novos scanners utilizam uma tecnologia denominada EDSCB (Automated Explosive Detection System for Cabin Baggage). Essa, por meio de raios X por tomografia computadorizada que produz imagens 3D volumétricas de alta resolução, vai melhorar a inspeção de bagagens,com o reconhecimento automático de objetos, e minimizar falsos alarmes.

Este tipo de tecnologia já tem sido testada nos aeroportos de Heathrow, Gatwick e Stansted, em Londres, e o governo britânico anunciou que vai mudar as normas de segurança para torná-los operacionais até 2024. A Administração de Segurança de Transporte dos Estados Unidos (TSA) também testou os novos dispositivos em quinze aeroportos, incluindo os de Los Angeles, Oakland, San Diego e Chicago.

A medida que proíbe a passagem de produtos líquidos com mais de 100 ml foi introduzida em 2006 como resultado de um ataque terrorista frustrado. A tentativa, planeada pela Al Qaeda contra sete aviões que descolavam de Heathrow, envolveu o uso de explosivos camuflados em latas de refrigerante.

O novo plano de segurança da Aena abrange a década 2018-2028 e vai exigir à rede o investimento de 1170 milhões de euros.  A associação internacional de companhias aéreas (IATA) também é a favor do projeto.

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