Governo seguiu as recomendações dos técnicos que avaliaram várias hipóteses para o novo aeroporto de Lisboa. Anúncio oficial é feito hoje e vai se aquele que os peritos defenderam - ampliar o aeroporto atual enquanto se constrói o novo. Em Alcochete
A Comissão Técnica Independente (CTI) considerou Alcochete ou Vendas Novas como as opções mais “favoráveis em termos globais” para o novo aeroporto. E realçou a “vantagem financeira das soluções duais assentes na manutenção do Aeroporto Humberto Delgado (AHD)”, com a construção da nova infraestrutura em Alcochete ou Vendas Novas.
A opção do AHD e do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete apresenta também a vantagem de poder permitir satisfazer a procura de passageiros prevista além de 2050, uma vez que permite ser expandido caso haja necessidade. “A nossa recomendação é que se inicie com um modelo dual. É inevitável, porque o AHD só pode fechar quando houver uma pista com capacidade de o substituir e isso vai levar algum tempo”, justificou Rosário Partidário, coordenadora geral da Comissão Técnica Independente (CTI). E essa acabou por ser a escolha do Governo.
O novo aeroporto deve ser “desejavelmente no local onde possa ser aeroporto único, onde haja capacidade de expansão”. “Este tipo de estratégia é a que mais favorece o desenvolvimento de um hub intercontinental.” O Campo de Tiro de Alcochete, combinado com o Humberto Delgado, é a solução “que apresenta mais vantagens”, afirmou Rosário Partidário. A melhor alternativa a Alcochete seria uma combinação entre Vendas Novas e o Humberto Delgado, mas a distância é maior.
Para a análise das várias opções foram considerados cinco fatores críticos de avaliação: segurança aeronáutica; acessibilidade e território; saúde humana e viabilidade ambiental; conetividade e desenvolvimento económico; investimento público e modelo de financiamento. Cada um daqueles fatores inclui vários critérios, num total de 24, avaliados à luz de uma bateria de 88 indicadores.
A CTI aponta que a opção Vendas Novas “apresenta menos vantagem em termos de proximidade” à Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como “de tempo de implementação”, referindo que são necessários “mais estudos, bem como mais expropriações”. Vendas Novas “tem mais vantagens do ponto de vista ambiental com menor afetação de corredores de movimentos de aves e recursos hídricos subterrâneos, apesar de afetarem áreas de montado e recursos hídricos superficiais de forma muito equivalente”.