Nasceu bebé com o ADN de três pessoas, é o primeiro no Reino Unido

CNN Portugal , MBM
10 mai 2023, 17:03
Para Lá do Gesto: Fotografias da Reportagem

Através de um procedimento com fertilização in vitro, a transmissão de doenças incuráveis é impedida

O primeiro bebé do Reino Unido com o ADN de três pessoas nasceu depois de os médicos terem realizado um procedimento inovador de fertilização in vitro (FIV) para evitar que as crianças herdem doenças incuráveis.

O procedimento tem o nome de tratamento com dádiva mitocondrial, utiliza tecido dos óvulos de dadoras saudáveis para criar embriões FIV sem as mutações genéticas transportadas pelas mães, evitando assim que as doenças mitocondriais sejam transmitidas aos seus filhos, explica a BBC.

Os embriões combinam o esperma e o óvulo dos pais biológicos com mitocôndrias do óvulo da dadora. A maior parte do ADN, o que define os traços físicos e de personalidade, vem dos dois pais. apenas 0,1%, cerca de 37 genes, de uma terceira mulher. 

Só uma clínica, o Centro de Fertilidade de Newcastle, tem licença para fazer o procedimento no Reino Unido com autorização prévia de cada caso pela Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia (HFEA). A HEFA ressalva que "apenas as pessoas com alto risco de transmitir uma doença mitocondrial séria aos filhos podem ser elegíveis para o tratamento”.

A clínica de Newcastle não divulgou pormenores acerca do nascimento, para proteger a confidencialidade dos pacientes. Em março a clínica recebeu a primeira licença para fazer o tratamento de dádiva mitocondrial e prevê ajudar pelo menos 25 casais por ano.

De acordo com um artigo do The Guardian, um em cada seis mil bebés têm doenças mitocondriais. As doenças desenvolvidas podem ser graves, progressivas e por vezes fatais. 

Primeiro no mundo foi no México

O primeiro bebé com o ADN de três pessoas nasceu saudável em 2016 no México. A mãe da criança era portadora de mutações mitocondriais que podem causar síndrome de Leigh, uma doença fatal.

A CNN Internacional publicou um artigo em 2016 com a história da mulher natural da Jordânia, que teve quatro abortos espontâneos e dois filhos que viveram, um até aos seis anos e outro apenas seis meses. Para esta mãe o procedimento foi a única solução para não transmitir a mutação genética aos filhos.

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