Mais de quatro décadas depois de uma jovem mãe e o seu filho terem sido encontrados mortos na sua casa no Nebraska, Estados Unidos, uma descoberta forense levou à detenção de um homem há muito suspeito no caso, segundo as autoridades de Omaha.
Abdulmalik Husain, 68 anos, anteriormente conhecido como Louis Walker, foi detido em fevereiro e acusado de dois crimes de homicídio relacionadas com as mortes de Deroshia Matthews, de 26 anos, e do seu filho, Kamal, de sete anos, informou o Departamento de Polícia de Omaha.
O advogado oficioso de Husain, Thomas C. Riley, não quis comentar a acusação.
A polícia descobriu os corpos das vítimas em 24 de abril de 1979, depois de familiares e amigos preocupados terem comunicado que não tinham tido notícias da mãe e do filho, “o que era invulgar”, segundo o Departamento de Polícia de Omaha.
Os investigadores determinaram que a mãe tinha sido abusada sexualmente e que ambas as vítimas apresentavam sinais de estrangulamento “consistentes com uma corda ou um cordão”, disse um juiz do condado de Douglas em tribunal.
O tenente Nicholas Andrews, do Departamento de Homicídios da Polícia de Omaha, apelidou o crime de “hediondo” e disse que o caso permaneceu no radar dos investigadores durante décadas.
Husain conheceu Deroshia Matthews num evento comunitário em 1975 e, embora os dois se conhecessem, não tinham um relacionamento, disse Andrews à CNN. Husain era inicialmente uma pessoa de interesse, mas não havia provas suficientes para o prender na altura.
Uma reviravolta no caso aconteceu em 2004, quando Husain foi preso no Colorado por um roubo não relacionado com o duplo homícidio, segundo as autoridades.
O seu ADN foi introduzido no Sistema Nacional de Índices Combinados de ADN, uma base de dados que contém perfis de criminosos condenados, detidos e cenas de crime. De acordo com Andrews, o ADN correspondia a provas do local do crime, o que levou à sua detenção por duas acusações de homicídio em primeiro grau.
No entanto, devido a um erro administrativo, o Gabinete do Procurador Distrital do Condado de Douglas rejeitou as acusações, mas permitindo que o caso fosse apresentado novamente se surgissem novas provas.
O caso permaneceu aberto e, em 2021, os avanços forenses levaram os investigadores a reexaminar “evidências importantes”, de acordo com Andrews. A nova análise forneceu informações suficientes para as autoridades apresentarem o caso, levando à nova prisão de Husain.
Husain compareceu em tribunal em fevereiro perante um juiz do condado de Douglas e foi-lhe negada caução, segundo a KETV, filial da CNN.
“Houve muitos detetives de casos arquivados e detetives de homicídios, desde 1979 até ao presente, que analisaram o caso”, indicou Andrews. “Trata-se apenas de um bom trabalho dos detetives, da equipa forense, da nossa equipa de informação e do gabinete do procurador do condado.”
As autoridades disseram que não identificaram um motivo claro para os assassinatos e que nenhuma nova testemunha se apresentou. Os investigadores também não conseguiram localizar nenhum parente vivo da família Matthews.
A audiência preliminar de Husain está marcada para os próximos 60 a 90 dias.
