Surto de adenovírus mata 19 crianças e deixa milhares hospitalizados na Índia

22 mar 2023, 16:41
Saúde

“A magnitude e a gravidade da epidemia não têm precedentes”

O estado indiano de Bengala Ocidental encontra-se sob situação de crise devido a um surto de adenovírus, segundo notícia avançada pelo jornal The Guardian. Esta epidemia iniciou-se em janeiro, e já resultou em cerca de 12.000 infecções e 3.000 internamentos infantis. Os adenovírus causam infecções respiratórias, oculares e estomacais.

Os hospitais do país têm as enfermarias infantis sobrelotadas, e, apesar do sistema de saúde local estar a tentar resolver a situação, há relatos de que as mortes infantis ultrapassam os dados oficiais, atingindo mais de 100 mortes. 

O governo local já se dedicou à criação de uma linha de apoio aos pais das crianças doentes, o Departamento de Saúde e Bem-Estar Familiar cancelou a licença dos profissionais de saúde para lidar com o volume de casos, enquanto que as clínicas foram instruídas para se manterem abertas 24 horas por dia, todos os dias. Também estão a ser utilizados alguns dos protocolos iniciados na pandemia, tal como a utilização de máscara e o isolamento social.

“A magnitude e a gravidade da epidemia não têm precedentes”, afirmou o pediatra Apurba Ghosh.

Um grande número de famílias viajaram, na semana passada, trazendo consigo crianças doentes de várias aldeias e cidades do estado, ficando acampadas no exterior do terreno de um hospital em Calcutá, à espera de cuidados médicos.

Os médicos que falaram com o The Guardian afirmam que as restrições impostas pela covid-19 são um dos motivos para a alta taxa de infecção em crianças pequenas devido ao facto de não terem desenvolvido imunidade suficiente a infecções comuns, além de que a saúde pediátrica não tem recebido a atenção devida nos últimos anos. 

A pandemia da covid-19 trouxe consigo desenvolvimentos no que toca às unidades de cuidados intensivos (UCI) destinadas a pacientes adultos. No entanto, o mesmo não aconteceu com as instalações pediátricas, que não possuem UCIs suficientes para lidar com emergências pediátricas. 

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