Como o açúcar de iogurtes, bolachas, compotas, sumos e mel aumenta o risco de doenças do coração

CNN Portugal , DCT
18 fev 2023, 16:00
Bolachas (Pexels)

Por cada 5% mais de ingestão de açúcares livres do total de energia consumida, o risco de acidente vascular cerebral pode subir 10%

Há muito que a comunidade médica e científica alerta para o risco do consumo elevado de açúcar, com evidências que associam este hidrato de carbono ao ganho de peso e ao desenvolvimento de diabetes do tipo 2, por exemplo.

Mas um estudo recente da Universidade de Oxford vem agora aumentar o alerta: quanto maior for o consumo de açúcares livres maior é o risco de problemas cardiovasculares. E o grande desafio está em controlar a ingestão deste tipo de açúcar, facilmente presente (sob a forma de açúcar adicionado pela indústria) em vários alimentos, como por exemplo iogurtes, bolachas, compotas e sumos e também mel.

Aponta a investigação que por cada 5% mais de ingestão de açúcares livres no total de energia consumida, o risco de doença isquémica do coração sobe 6%, o risco de doença cardiovascular total aumenta 7% e o risco de acidente vascular cerebral aumenta 10%.

Publicado na revista científica BMC Medicine, o estudo analisou a alimentação de 110.497 pessoas com idades entre os 37 e os 73 anos, cujos hábitos foram monitorizados durante nove anos e quatro meses através do UK Biobank. 

No início do estudo, nenhum dos participantes tinha diabetes ou doenças cardiovasculares diagnosticadas. Já no final da análise, e à boleia da alimentação, 4.188 participantes foram diagnosticados com doença cardiovascular, dos quais 1.142 tiveram um acidente vascular cerebral. 

Os autores do estudo defendem, assim, que uma “maior ingestão de açúcar livre foi associada a maior incidência de doença cardiovascular e maiores concentrações de triglicerídeos em todas as lipoproteínas”, no entanto, apresentam também uma solução: a maior ingestão de fibras - e, dizem, basta um aumento de 4% por dia - e “a substituição de amido refinado de grãos e açúcares livres por amido integral e açúcares não livres, respetivamente, podem servir como escudo protetor contra estas doenças”.

Os açúcares livres estão presentes em quase todos os alimentos processados, cuja a adição de açúcares pela indústria pode ser decifrada no rótulo através de nomes como glucose, frutose e sacarose, por exemplo. Estão também presentes em frutas e vegetais, mas os benefícios do consumo destes alimentos - ricos em vitaminas e minerais - supera largamente o não consumo.

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