Cinco sismos sentidos em São Jorge nas últimas horas

Agência Lusa , AM
28 mar 2022, 13:06

CIVISA diz que atividade "continua acima do normal"

O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) registou cinco sismos sentidos pela população nas últimas horas em São Jorge, onde a atividade sísmica "continua acima do normal".

"O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores informa que a atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, [...] num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal", adianta o CIVISA.

Num comunicado divulgado esta manhã na sua página na Internet, para ponto da situação, o CIVISA adianta que, no total, "até ao momento foram identificados cerca de 207 sismos sentidos pela população" e que "desde as 22:00 do dia 27 de março às 10:00 do dia 28 de março foram sentidos cinco sismos".

De acordo com o CIVISA, o sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 locais (19:41 em Lisboa) e teve a magnitude de 3,3 na escala de Richter.

Meios das Forças Armadas para apoio à população prontos a operar

Os meios das Forças Armadas para apoio à população de São Jorge, no âmbito da crise sismovulcânica na ilha, estão prontos a operar como uma primeira resposta em caso de catástrofe, disse hoje o major Rodolfo Romeiro.

“Em caso de catástrofe, o que se pretende é que as pessoas se desloquem àquele ponto e possam receber uma primeira assistência”, sendo depois reencaminhadas para outras estruturas de acolhimento, disse o militar à agência Lusa.

Segundo adiantou, no concelho da Calheta, considerado mais seguro do que o das Velas, centro da crise que se iniciou em 19 de março, estão já instaladas as infraestruturas que permitem prestar apoio médico, assim como as tendas para o descanso de cerca de 100 pessoas e uma cozinha com capacidade para fornecer cerca de 300 refeições.

“Está montado e pronto a operar. Durante os próximos dias será reforçada a sua capacidade com viaturas e está a ser levantada a necessidade de projetarmos outras valências, nomeadamente, o reforço da área da saúde” com mais pessoal e módulos sanitários, referiu o major Romeiro.

De acordo com o militar, na quinta-feira deslocou-se à ilha de São Jorge um destacamento avançado do Comando Operacional dos Açores, que se reuniu com as entidades de Proteção Civil para identificar as capacidades e de que forma as Forças Armadas poderiam contribuir para alojamento temporário de eventuais sinistrados.

Com base nisso, foram projetados, no domingo, através do navio da Marinha “Setúbal”, cerca de 40 militares e todo o material para instalar um Ponto de Reunião e Irradiação de Desalojados (PRID), que “tem única e exclusivamente como objetivo ser uma zona de transição”.

“O objetivo claro é colocar meios no terreno para, em caso de necessidade, serem ativados. O importante é que os meios estejam disponíveis. Esperemos que não sejam usados”, sublinhou.

Composta por cerca de 40 militares do Regimento de Guarnição N.º 1 do Exército, a Operação GAIA de apoio das Forças Armadas à crise sísmica na ilha de São Jorge instalou um PRID, que está preparado para apoiar as entidades locais e regionais no “processamento dos cidadãos que deixaram as suas residências por questões de segurança e em resposta à determinação das autoridades regionais”, adiantou o Estado-Maior-General das Forças Armadas.

A ilha de São Jorge contabilizou mais de 14 mil sismos, 207 dos quais sentidos pela população, desde o início da crise sísmica, em 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes.

A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.

Segundo os dados provisórios dos Censos 2021, a ilha de São Jorge tem 8.373 habitantes, dos quais 4.936 no concelho das Velas e 3.437 no concelho da Calheta.

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