Moscovo e Kiev chegaram ao fim das negociações com um acordo de troca de prisioneiros de guerra, mas sem um cessar-fogo à vista
As negociações entre Ucrânia e Rússia terminaram esta sexta feira, em Istambul, com um acordo de troca de 1000 prisioneiros de guerra de parte a parte. A reunião mediada por EUA e Turquia, não deu mais resultados conclusivos para um acordo de cessar-fogo entre Kiev e Moscovo.
Esta reunião, segundo Rutem Umerov, ministro da defesa ucraniano, tinha o objetivo de encontrar um consenso para alcançar um cessar-fogo, mas, segundo os representantes ucranianos nas negociações, o Kremlin fez exigências "inaceitáveis", que implicavam uma retirada militar integral ucraniana das regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, anexadas pela Rússia. Além da intransigência russa e do acordo de troca de prisioneiros de guerra, temas como a libertação de crianças ucranianas na Rússia ou um futuro encontro presencial entre Zelensky e Putin foram também abordados.
Do lado do Kremlin, Vladimir Medinsky, assessor de Vladimir Putin, mostrou-se satisfeito com o acordo alcançado entre russos e ucranianos e avançou que as negociações teriam continuação. Quanto a um futuro encontro presencial entre os dois presidentes, Medinsky confirmou que foi solicitado pela Ucrânia.
Depois de conhecidas as imposições de Moscovo, lamentações não faltaram por parte dos principais líderes europeus.
Numa declaração conjunta com o presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro da Polónia, Donald Tusk e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, Friedrich Merz, chanceler alemão, disse ser "claramente inaceitável" a posição de Putin.
Merz confessou que os líderes europeus estavam "muito desiludidos" com o desfecho das reuniões, por ser uma oportunidade falhada da Rússia para um acordo de paz. No mesmo sentido, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, que presidiu a reunião, considerou "extremamente importante o início do cessar-fogo o quanto antes".
Depois das negociações em Istambul, Volodymyr Zelensky, que falou com Trump por telefone, disse que a comitiva russa que ali se deslocou era de "baixo nível" e que Putin tinha "medo de ir à Turquia".