Associação Zero desafia Portugal a ser líder europeu da neutralidade climática

Agência Lusa , AM
11 dez 2021, 13:24
Sustentável

Meta foi definida para 2045, mas associação desafia Portugal a atingir neutralidade antes

A associação ambientalista Zero defendeu que Portugal pode ser líder da neutralidade climática na União Europeia por estar em condições de antecipar esta meta para antes de 2045, quando se assinalam seis anos do Acordo de Paris.

“Portugal pode e deve fazer mais, assumindo uma liderança forte e ambiciosa ao nível da União Europeia”, afirmou, em nota de imprensa, a associação ambientalista, ao assinalar os seis anos da assinatura do Acordo de Paris na 21.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP21), que se celebram no domingo, um mês depois da COP26.

A Zero sustentou que, com a aprovação da Lei de Bases do Clima, “Portugal já abriu caminho à antecipação da meta da neutralidade climática ao comprometer-se a avaliar até 2025, atingi-la até 2045 ou mesmo antes” e que “todos os dados indicam que o forte crescimento das fontes renováveis no nosso país nos permitirá assegurar essa antecipação”.

Contudo, tendo em conta esses avanços, a Zero apelou a que os estudos nesse sentido comecem já em 2022.

Para a Zero, a União Europeia deve demonstrar também “mais ambição, desenvolvendo todos os esforços necessários para uma transição energética mais rápida, justa e sustentável para uma redução de emissões de 65% (e não apenas de 55%) entre 1990 e 2030, para atingir 100% de energia renovável até 2040 e para antecipar a meta de neutralidade climática para 2040”

Apesar de admitir que, pela primeira vez, os países se comprometeram em reduzir o aquecimento global no Acordo de Paris, a Zero alertou que “as políticas e ações que têm vindo a ser implementadas continuam a ser insuficientes” para dar resposta à crise e ao objetivo.

“Continuamos a assistir a um desequilíbrio entre as ações de mitigação e de adaptação às alterações climáticas, o financiamento continua por cumprir e está longe de estar alinhado com as necessidades reais do planeta e das pessoas e as metas apresentadas pela maior parte dos países continuam aquém da ambição que é precisa neste momento”, defendeu a associação ambientalista.

Apesar de todos os alertas, a associação ambientalista reconheceu os progressos dos países que assinaram o Acordo de Paris na redução das emissões de gases com efeito estufa e no aumento de produção e incorporação de energias renováveis.

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