Vaticano critica bispos portugueses pela falta de transparência no combate aos abusos

17 out, 06:53
Igreja, acólitos, religião. Foto: AP Photo/Alessandra Tarantino

REVISTA DE IMPRENSA || Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores diz que “há dúvidas sobre os dados recolhidos pelas comissões diocesanas”

O Vaticano criticou a atuação dos bispos portugueses no combate aos abusos sexuais de menores, apontando resistência à prestação de contas e falta de clareza na recolha de dados, avança o jornal Público que cita um relatório publicado esta quinta-feira.

No relatório, a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores manifestou preocupação com a ausência de respostas da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) ao questionário quinquenal e com as lacunas nas informações recolhidas pelas comissões diocesanas, realçando que “há dúvidas sobre os dados recolhidos pelas comissões diocesanas”.

O organismo do Vaticano defende a criação de mecanismos mais transparentes, incluindo um procedimento simplificado para a remoção de líderes religiosos envolvidos em abusos ou no seu encobrimento, bem como uma comunicação clara sobre os motivos dessas decisões.

O relatório questiona ainda a sustentabilidade e o financiamento do Grupo Vita, criado para apoiar vítimas, e critica a falta de auditoria às diretrizes nacionais de proteção. A Comissão alerta que continua a ser difícil encontrar informações sobre as equipas e estruturas de coordenação da Igreja em Portugal.

A CEP anunciou que vai analisar as recomendações e garantiu que algumas medidas já estão em curso, incluindo a criação de centros de escuta e apoios psicológicos e espirituais às vítimas.

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