Starbucks paga viagens a trabalhadores que procurem abortos nos EUA

Agência Lusa , CV
16 mai 2022, 23:19
Milhares de pessoas manifestam-se nos EUA para defender o direito ao aborto (Getty Images)

Empresas como a Amazon, a Tesla, a Levi Strauss&Co., Yelp e Citigroup anunciaram medidas semelhantes

A Starbucks disse esta segunda feira que pagará as despesas de viagem aos seus funcionários norte-americanos que procurem abortar ou realizar procedimentos de confirmação de género se esses serviços estiverem indisponíveis a menos de 160 quilómetros de suas casas.

A gigante do café de Seattle informou que também disponibilizará o benefício de viagem para os dependentes de funcionários inscritos no plano de saúde da Starbucks. A empresa tem 240.000 funcionários nos Estados Unidos, mas não informou qual a percentagem que está inscrita no seu plano de saúde.

A Starbucks está entre as maiores empresas a adotar um benefício de viagem para trabalhadores após a fuga de informação sobre um projeto de opinião do Supremo Tribunal norte-americano que revogaria o direito ao aborto no país.

“Independentemente do que o Supremo Tribunal decidir, sempre garantiremos que os nossos parceiros tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade”, escreveu Sara Kelly, vice-presidente executiva interina de recursos de parceiros da Starbucks, numa carta aos funcionários.

A Amazon também cobrirá em até 4.000 dólares (3.830 euros) as despesas de viagem e hospedagem de funcionários que procurem tratamentos médicos sem risco de vida, incluindo abortos e procedimentos de confirmação de género.

De acordo com mensagens enviadas aos funcionários, o benefício está em vigor desde o início deste ano e aplica-se caso o procedimento não estiver disponível num raio de 160 quilómetros da casa do funcionário.

A Tesla também indicou no início deste mês que cobriria os custos de viagem para funcionários que procurem abortos fora do estado.

Algumas empresas, incluindo a Levi Strauss&Co., Yelp e Citigroup, comprometeram-se em pagar os custos de viagem de funcionários do Texas que procurem abortar, em resposta a uma lei do Texas de 2021 que proíbe abortos após as cerca de seis semanas de gravidez.

Contudo, muitas outras empresas, incluindo Walmart e Facebook, não se manifestaram sobre a questão por enquanto, silêncio que foi notado pela imprensa norte-americana.

O resultado da decisão do Supremo, de maioria conservadora, está previsto para junho e terá também repercussões na campanha eleitoral antes das eleições intercalares de novembro, que determinarão que partido controlará o Congresso.

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