Zelensky pediu a Biden para não sancionar Roman Abramovich

24 mar 2022, 00:38
Man. United-Chelsea (EPA/Robin Parker)

De acordo com o The Wall Street Journal, o presidente da Ucrânia acredita que o dono do Chelsea se pode tornar num mediador eficaz entre Moscovo e Kiev

O presidente ucraniano terá pedido ao homólogo norte-americano para atrasar as sanções que os EUA iriam impor ao oligarca russo Romam Abramovich, avança esta quarta-feira o The Wall Street Journal. A ideia de Zelensky parece ser que o dono do Chelsea se transforme num mediador entre Moscovo e Kiev, de acordo com fonte no Conselho de Segurança da Casa Branca citada pelo jornal norte-americano.

Segundo com a publicação norte-americana, o Departamento do Tesouro dos EUA inicialmente preparou um conjunto de sanções no início de março, que iriam ser anunciadas juntamente com as medidas da União Europeia (UE) e Reino Unido, mas recebeu ordem do Conselho de Segurança da Casa Branca para suspender o processo sancionatório. Citando fontes próximas de Zelensky, os líderes europeus e britânico não tiveram conhecimento deste pedido do presidente ucraniano.

Até ao momento, os EUA ainda não sancionaram Abramovich apesar de ter avançado com as sanções contra mais de 20 oligarcas russos, tal como fizeram Bruxelas e Londres. Apesar da esperança de Volodymyr Zelensky, o oligarca tem vindo a mostrar-se ineficaz no papel de perpetuar uma mediação entre a Rússia e a Ucrânia.

Contactada pela Forbes, o Conselho de Segurança da Casa Branca recusou divulgar a transcrição da conversa entre Volodymyr Zelensky e Joe Biden.

Na semana passada, o Conselho da União Europeia (UE) adotou, formalmente, o quarto pacote de sanções económicas e individuais à Rússia devido à invasão da Ucrânia, que inclui medidas restritivas ao oligarca multimilionário Roman Abramovich, com passaporte português.

“Na sequência da reunião informal dos chefes de Estado e de Governo da UE da passada quinta e sexta-feira, o Conselho decidiu impor um quarto pacote de sanções económicas e individuais relativamente à agressão militar russa contra a Ucrânia”, informa a estrutura em comunicado de imprensa.

A decisão contemplou a inclusão na lista de sanções de mais 15 indivíduos e nove entidades. A inclusão de Abramovich na lista de pessoas singulares e coletivas algo de sanções do bloco europeu na sequência da agressão militar russa à Ucrânia – que já contemplava 862 pessoas e 53 entidades – coincide com a abertura de uma investigação em Portugal para comprovar se existem irregularidades na concessão da nacionalidade portuguesa ao empresário russo, por este ser descendente de judeus sefarditas.

Abramovich, proprietário do clube de futebol londrino Chelsea, já havia sido, entretanto, sancionado no Reino Unido, o que forçou a suspensão da venda do clube, anunciada pelo multimilionário pouco após a invasão da Ucrânia pela Rússia. O Canadá e a Austrália também decidiram impor-lhe sanções pela sua proximidade ao Kremlin.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados