Questionado sobre se sabia que carro ia a 163 km/h, Cabrita responde: "Sou passageiro"

3 dez 2021, 12:32

Ministro da Administração Interna apelou a que a questão do atropelamento seja resolvida no quadro legal e criticou "repugnante aproveitamento político daquilo que é uma tragédia pessoal"

Questionado sobre se sabia que o carro onde transitava circulava a 163 quilómetros por hora na altura do acidente, Eduardo Cabrita disse apenas que "era passageiro" e que o despacho de acusação conhecido esta sexta-feira "é o Estado de Direito a funcionar".

Confrontado com a acusação de homicídio por negligência que o Ministério Público fez ao seu motorista, o ministro da Adminsitração Interna afirmou que "esta fase permitirá esclarecer as condições do acidente". 

Durante a breve caminhada entre o posto territorial de Lagos da GNR e o seu carro, Cabrita reforçou várias vezes a ideia de que as acusações fazem parte do Estado de Direito. Mas interrogado sobre se o Estado de Direito está "mesmo" a funcionar, o ministro garantiu "que é essa a confiança que tem nas instituições".

"Portanto, as condições do atravessamento da via têm de ser esclarecidas no quadro do acidente", disse, já com um pé na porta traseira do carro do seu executivo. Mas antes de sair, deixou uma mensagem: "Ninguém está acima da lei e é exatamente neste quadro que todo o esclarecimento dos factos deve ser efectuado".

Eduardo Cabrita reiterou que é no quadro legal que este atropelamento deve ser apurado e "não com qualquer repugnante aproveitamento político daquilo que é uma tragédia pessoal".

Esta sexta-feira, o advogado de família da vítima mortal do acidente na A6 disse à CNN Portugal que o motorista que conduzia o carro do ministro da Administração Interna foi acusado de homicídio por negligência.

Segundo o despacho de acusação, a que o Observador teve acesso, o carro ia a 163 quilómetros por hora na altura do acidente. De acordo com uma nota do Ministério Público, o motorista estava a conduzir "em violação das regras de velocidade e circulação previstas no Código da Estrada" e "com inobservância das precauções exigidas pela prudência e cuidados impostos por aquelas regras de condução".

Além do crime de homicídio por negligência, o motorista foi acusado de duas contraordenações.

Governo

Mais Governo

Mais Lidas

Patrocinados